Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Espetáculo ‘Santana’ mescla cotidiano das mulheres do Engenho Velho de Brotas com a tradição do samba junino

Encenação acontece nesta quinta e sexta com entrada gratuita na Fundação Pierre Verger

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 18 de julho de 2024 às 09:06

 Espetáculo gratuito ‘Santana’ mescla cotidiano das mulheres do bairro com a tradição do samba junino
Espetáculo gratuito ‘Santana’ mescla cotidiano das mulheres do bairro com a tradição do samba junino Crédito: Divulgação/Samara Said

A representatividade feminina e o samba junino são os elos principais do espetáculo Santana, que estreia nesta quinta-feira (18) na Fundação Pierre Verger. A obra teatral é assinada pela estreante na dramaturgia Joseane Santana e tem direção de Daniel Arcades e Thiago Romero.

Santana retrata a vida em família de três mulheres negras, Cremilda, Marta e Nália, explorando suas ancestralidades, cultura, lutas cotidianas e conflitos geracionais, entrelaçadas pela paixão pelo samba junino. Na obra, Nália começa a ter problemas com a mãe e a irmã por dividir seu tempo entre o trabalho na marmitaria, que sempre sustentou a família, e sua performance como artista do samba junino, cantando e sambando pelas ruas do Engenho Velho de Brotas. A história é protagonizada pelas atrizes Arlete Dias, Evana Jeyssan e Naira da Hora.

Nascida e criada no Engenho Velho de Brotas, Joseane Nascimento, 36, é a autora de Santana, seu primeiro texto dramatúrgico, inspirado em suas próprias vivências. Ela pretende exaltar as mulheres de sua comunidade e a potência cultural do bairro com o samba junino, expressão cultural surgida na década de 1970 e hoje reconhecida como Patrimônio Cultural de Salvador.

“A princípio, não planejei projetar minha vida nesse texto, mas o processo foi caminhando naturalmente; parece que tinha muita coisa que precisava ser dita. Fui criada em um contexto feminino. Então, naturalmente, a escrita foi se encaminhando para enaltecer a representatividade feminina das mulheres do bairro, num contexto de samba junino, fé e muita gratidão. Valorizar a cultura e a musicalidade do Engenho Velho sempre foi algo inspirador para mim”, explica Joseane.

Formação artística

O espetáculo é fruto de uma residência de imersão na dramaturgia do projeto Trinca da Mira, do qual Joseane participou em 2022. Durante o processo, seu texto passou um ano em laboratório, junto a dez outros textos de três bairros periféricos de Salvador. A iniciativa é coordenada por Daniel Arcades, que hoje assume a direção e assina a trilha sonora original.

“Orquestrar tantos talentos é algo muito especial. Primeiro, porque trazer para o teatro a cultura de um bairro, suas manifestações populares e a história dessas mulheres já é algo muito forte. Segundo, porque é a estreia de Joseane. Eu também me sinto muito responsável nesse sentido, do autor se sentir abraçado pelo espetáculo. Desejo muito que seja uma encenação que abrace essa dramaturga que inicia sua jornada”, reflete Daniel.

Na sexta-feira (19), somado às apresentações de Santana, a programação da Fundação Pierre Verger contará com outras ações, também gratuitas e realizadas no bairro: o Encontro de Dramaturgia, com Daniel Arcades, Joseane Nascimento e o assistente de direção audiovisual Moisés Neuma, explorando a incorporação da cultura popular em narrativas teatrais e a experiência na residência artística, das 9h às 13h; e a Oficina de Percussão, para explorar os ritmos do samba junino, com o grupo de samba junino Meu Samba e o diretor musical do projeto Gustavo Melo, realizada também das 9h às 13h.

“Costumo dizer que sou fruto das oficinas que participei. Venho de uma cidade que não tinha uma formação acadêmica na área artística. Então, para todo o projeto que a DAN Território cria, nós sempre pensamos em atividades de formação, porque essas oficinas despertam e aperfeiçoam futuros profissionais da arte”, pontua Arcades. A programação será encerrada com uma apresentação do grupo de samba junino Meu Samba.

“Santana é resultado de um projeto cultural. Espero que o Engenho Velho seja contagiado por essa iniciativa. O samba junino é uma potência, é resistência e precisa ocupar todos os espaços. Levar essa manifestação para o teatro em forma de dramaturgia foi uma oportunidade incrível. Santana é uma história de resistência: resistência da fé, da arte, da visibilidade feminina. Essa é uma temática que me envolve e me inspira a escrever”, conclui Joseane.

SERVIÇO - Hoje (18) e amanhã (19), 15h e 19h, na Fundação Pierre Verger, no Engenho Velho de Brotas | Gratuito