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Exposição realça ancestralidade da arte sacra afro-brasileira

Mostra Owo Mimó, do artista plástico Rodrigo Siqueira, entra em cartaz a partir desta quinta (19) na Casa 29

  • D
  • Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2023 às 17:19

Exposição Owo Mimó, de Rodrigo Siqueira
Exposição Owo Mimó, de Rodrigo Siqueira Crédito: divulgação

O artista plástico Rodrigo Siqueira inaugura a exposição Owo Mimó nesta quinta (19), às 19h, na Casa 29 ( Rua Gregório de Mattos), Pelourinho. A mostra reúne 11 peças de arte sacra afro-brasileira – esculturas, mobiliário, joias e objetos rituais – que refletem a criação e o pensamento artístico de Rodrigo, amazonense de Parintins, morador da Bahia, que busca ultrapassar o conceito de arte sacra, que na maioria das vezes aparece relacionado às obras de arte católicas e aos monumentos.

Rodrigo Siqueira tem modificado através de intervenções artísticas algumas comunidades de terreiros, onde as obras de arte não são novidade. Desde cedo, elas aparecem dentre os objetos apreendidos pela polícia na fase da repressão, nos acervos dos Institutos Geográficos Históricos e em coleção de particulares. São esculturas, objetos rituais, joias e sobretudo mobiliário como cadeiras. Todavia, estes elementos quando aparecem não são catalogados como “obras de artes”, são, às vezes, tidos como “arte primitiva” e, se associados a religiosidade, algo considerado primitivo e inferior.

O artista considera que ainda está longe de se pensar a expressão arte sacra relacionada aos símbolos e elementos que compõem o rico, complexo e diversificado cenário das religiões de matriz africana, e luta contra isso. Os trabalhos de Rodrigo Siqueira são impactantes, ora pelo tamanho, pela harmonia estética, pelos objetos utilizados como conchas e pedras semipreciosas, e por fim, pelas visões de mundo africanas, indígenas e tantas outras com as quais ele consegue dialogar.

Exposição Owo Mimó, de Rodrigo Siqueira
Exposição Owo Mimó, de Rodrigo Siqueira Crédito: divulgação

Fontes, painéis, máscaras e esculturas com mais de cinco metros contrastam com um trabalho de joalheria em ouro e prata marcado pelas delicadezas, todo inspirado em motivos africanos. Destaque para as joias de crioula e as “paramentas dos orixás,” além de colares, pulseiras, correntes e brincos criados pelo artista.

A trajetória do artista começou na sua cidade natal, Parintins, onde teve o primeiro contato com algumas técnicas e de lá para cá, nunca mais parou. Na Bahia o primeiro trabalho aberto ao público foi uma coleção que reunia 18 cabeças representativas de orixás africanos da tradição iorubá, intitulada Ori Orixá, no ano de 2011.

O despertar para o resgate de uma ancestralidade negra africana através da arte se deu, segundo o artista, no terreiro onde foi iniciado na cidade de Manaus. Hoje ele materializa seu trabalho na comunidade terreiro onde está à frente, o Ilê Oba L Ókê, em de Lauro de Freitas. Rodrigo Siqueira já fez intervenções artísticas em mais de 30 espaços.