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Roberto Midlej
Publicado em 1 de agosto de 2024 às 06:00
Telejogo; Odyssey; Atari; “Nintendinho”; Super NES; Mega Drive; Playstation; Xbox 360; PS 5. Se você tem alguma intimidade com o universo dos videogames, notou que essa relação está em ordem cronológica e que cada um dos modelos pertence a diversas gerações de consoles, dos anos 1970 até a atualidade. >
Se essa lista fez o leitor fazer uma breve viagem no tempo e pintou uma pontinha de nostalgia, prepare-se: você poderá ver todos esses modelos ao vivo e, se der sorte, vai poder jogar seus games favoritos a partir deste sábado (3). É que está de volta a Salvador o Museu do Videogame Itinerante, que tem 450 consoles em seu acervo e ainda permite que os visitantes se divirtam jogando alguns clássicos. Tanto a visita quanto o acesso aos jogos são gratuitos.>
A exposição é uma viagem pela história dos games, com direito até ao primeiro modelo da história, o Brown Box. Neste caso, no entanto, trata-se de uma réplica. Mas nem se pode chamar de pirataria: é que só foi fabricada uma unidade deste videogame criado em 1958 e ela está no Museu de História Americana, em Washington, capital dos Estados Unidos. Outro item histórico que poderá ser visto é o Magnavox Odyssey, primeiro videogame doméstico da história, lançado em 1972.>
Do velho ao moderno>
Mas não é só antiguidade que o visitante vai ver. Tem muita coisa moderna, inclusive itens de última geração, como o PlayStation 5 e Microsoft Xbox Series. Além disso, haverá simuladores de automóveis ultrarrealistas. Sem falar no PlayStation VR 2, tecnologia de realidade virtual lançada pela Sony.>
O Museu do Videogame teve sua primeira exposição em 2011, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Desde 2015, passou a viajar pelo país e já esteve em 20 estados. Salvador já recebeu o evento em outras quatro ocasiões, mas o acervo é sempre incrementado. Portanto, há sempre novidades. Quem assegura é o criador e diretor do Museu, o jornalista Cleidson Lima, 52 anos. >
Cleidson começou a montar o acervo de maneira despretensiosa. Como era repórter da área de tecnologia, viajava para fora do país e, de vez em quando, via uma oportunidade de comprar um console antigo por uma bagatela. “É que até o final dos anos 1990, games antigos eram considerados lixo. Comprei um Magnavox Odyssey na caixa, com nota fiscal, por 15 dólares [menos de cem reais]”, observa o jornalista. Essa peça está na exposição e é a primeira que o visitante vê.>
E Cleidson seguiu comprando consoles, até que se deparou com 200 videogames espalhados em todo canto da casa. Veio até uma crise conjugal por isso e a esposa deu um ultimato a ele: “Ou você tira esses videogames daqui ou sai você”, disse ela. Diante da ameaça, o jornalista viu-se obrigado a montar uma exposição em sua cidade, Campo Grande.>
A partir dali, começou a receber doações e, à medida que o acervo era exposto no país, apareciam mais doadores. Hoje, Cleidson não compra quase nada. “No ano passado, um colecionador de São Paulo disse que ia me passar umas coisas. Disse que ia mandar um carro buscar. Mas ele disse que precisava mandar um caminhão. Resultado: saímos de lá com 140 videogames, alguns que eu nem conhecia”, diz Cleidson.>
O criador da exposição sugere que se dediquem pelo menos três horas à visita, para usufruir de tudo. Mas, se não tiver todo esse tempo, tem três itens que ele acha imperdíveis: o Atari 2600, Super Nintendo e Playstation 1.>
Serviço>
Museu do Videogame Itinerante. Salvador Norte Shopping. 3 a 18 de agosto. Grátis. >