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Livro de Franklin Carvalho usa terror e poesia para traduzir medos sociais

Com orelha assinada por Antônio Torres, Tesserato será lançado neste sábado (28), 17h30, na Livraria LDM do Bela Vista

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  • Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2023 às 08:00

O escritor baiano Franklin Carvalho
O escritor baiano Franklin Carvalho Crédito: divulgação

O escritor Franklin Carvalho lança o livro Tesserato – A Tempestade a Caminho (Editora Noir, neste sábado (28), 17h30, na Livraria LDM do Shopping Bela Vista. A obra pretende traduzir os diversos medos que afligem o homem contemporâneo narrando uma história de terror e poesia que aproveita imagens do noticiário e do misticismo.

O Tesserato que dá título ao livro é um objeto hipotético da Matemática que, segundo a teoria, só poderia ser visível por quem enxergasse em quatro dimensões espaciais. Ou seja, aquelas três que conhecemos, de comprimento, largura e profundidade, e mais uma, ainda desconhecida. No romance, um homem embrutecido, que tem alguma noção de Matemática e de Física, acredita que encontrou pessoalmente tal objeto, e que o Tesserato tem poderes mágicos e carrega o espírito de um amigo de infância já falecido.

O romance também lança um olhar profundo sobre a vida dos moradores da vila onde esse homem transita, que habitam casas subterrâneas por conta da especulação imobiliária e para se proteger de fortes insolações num meio ambiente degradado. As relações de trabalho, produção e consumo dessa comunidade espelham o esgotamento das metrópoles modernas, mas a rotina também revela as poucas alternativas deixadas a quem quiser obter prazer: uma nostalgia difusa, drogas, prostituição e sonhos.

Tudo seria mais difícil de encarar não fosse justamente a inclinação surrealista da obra, pela qual desfilam lagartos colossais, uma mocinha gigante, um espírito polimorfo, sem escrúpulos, memórias de amigos desaparecidos e muita fé, ciência e política fantasiosas, apenas cogitadas em delírios dos que não têm autoridade para impor padrões. Num contexto de um mundo tão absurdo, mas que se apresenta como uma realidade inescapável, o protagonista quer se isolar e busca os lugares abandonados e fantasmagóricos, mas é requisitado a participar da insensata e cotidiana marcha coletiva.

O livro, que chega às livrarias com orelha do escritor Antônio Torres, propõe-se a ser ele também um objeto disruptivo, composto a partir da justaposição de vários planos narrativos. O seu autor reconhece influências do Germinal, de Émile Zola, de Não Verás País Nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão, e de suas leituras nas áreas de ciências exatas. “Estudei Química Industrial numa escola tecnológica, o Instituto Federal da Bahia, e tínhamos muitas aulas de Física e Matemática. Foi lá que aprendi que não existe assunto complicado ou árido, desde que se saiba abordá-lo”, diz Franklin Carvalho.