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Portal Edicase
Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 12:44
As cores vibrantes têm o poder de transformar qualquer espaço, criando uma atmosfera cheia de personalidade e energia. Com sua capacidade de atrair olhares e despertar emoções intensas, elas se destacam por suas tonalidades ricas e pela vitalidade que imprimem aos ambientes. Quando aplicadas à decoração, adicionam um toque de ousadia e contemporaneidade, tornando cada composição única e inesquecível. >
Apesar disso, segundo a arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente de seu escritório homônimo, é preciso conhecimento e cuidado para especificá-las. “Em se falando de cores, precisamos compreender a sua dinâmica e definição, pois elas exercem um impacto significativo no ambiente”, explica. >
A seguir, Cristiane Schiavoni explica como utilizar as cores vibrantes nos ambientes sem cansar o visual. Confira! >
Conforme a arquiteta, no desenvolvimento do projeto, toda a atenção é voltada para que a aplicação da paleta mais acentuada não se torne monótona e um problema para o décor de interiores. “Um ambiente monocromático se torna sufocante para o morador. Muito se exalta os tons neutros como uma proposta inofensiva, mas viver em um quarto todo branco é extremamente agressivo para o ser humano”, revela. >
Quando se trata de uma cor com alta luminosidade, Cristiane Schiavoni indica uma dose a mais de cautela, pois, embora energizantes, seu uso excessivo pode gerar cansaço visual. Por outro lado, gradientes com baixa saturação e luminosidade se somam em composições equilibradas. “É justamente nesse contexto que eu aprecio um toque de saturação e luz para alcançarmos o efeito desejado”, argumenta. >
Para se trabalhar com cores vibrantes, a profissional sugere sempre consultar o círculo cromático como um meio seguro de explorar misturas elegantes. “O magenta combina muito bem com o amarelo, assim como o azul com o laranja”, cita. Entretanto, ela lembra que não existem regras rígidas e nem sempre as cores complementares são a melhor pedida. “As associações análogas são interessantes quando a intenção do morador é uma decoração mais discreta e com menos contrastes”, acrescenta. >
Um erro comum apontado pela Cristiane Schiavoni está em olhar apenas para as paredes, uma vez que todos os elementos do ambiente têm impacto: piso, mobiliário, cortina, almofadas e até os objetos decorativos. Por isso, ao definir as cores das paredes, é preciso considerar o conjunto para garantir um ajuste perfeito. >
“Para quem prefere não arriscar ou não gosta de mudanças permanentes, elementos como almofadas, acessórios e vasos são excelentes propostas, já que permitem incluir nuances de cor de forma discreta e facilmente ajustável sem recorrer às peças grandes ou definitivas”, pontua. >
Na moda, existe aquela máxima que afirma que “o preto combina com tudo”. Mas será que também se aplica no décor de interiores? A arquiteta defende que, por se tratar de uma cor neutra, o preto permite diversos arranjos, contudo entrega uma ressalva. >
“É valioso entender o tipo de contraste que o preto pode exercer para estar em sintonia com as demais referências”, esclarece, completando que madeira e o marrom são possibilidades versáteis que se adaptam a diferentes estilos. >
Cristiane Schiavoni alerta para a capacidade da cor em acentuar certas características do ambiente em que está inserida. “Em locais estreitos, a paleta forte nas paredes entrega a ilusão de um espaço afunilado e um teto com pé-direito parece ainda mais rebaixado”, afirma. O segredo está em conseguir alinhar a cor ao conceito e à funcionalidade. >
A seleção das cores tem impacto direto na percepção das pessoas. “Se o objetivo é conceber um ambiente tranquilo, cores como o amarelo vibrante ou o vermelho não são as mais indicadas”, diz a arquiteta. Em vez disso, um amarelo mais ‘fechado’, como o mostarda, é o melhor caminho quando o intuito é prover uma atmosfera de calma. “E claro, o azul, lilás e roxo são aliados do décor por seu efeito relaxante”, conclui a arquiteta. >
Por Alexandre Agassi >