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Portal Edicase
Publicado em 23 de maio de 2025 às 17:09
A campanha Maio Amarelo foi criada para conscientizar as pessoas sobre as doenças renais, que afetam uma parcela significativa da população pet . Segundo dados do Programa de Cuidados ao Paciente Crônico da Petlove, 27% dos animais crônicos acompanhados pela iniciativa possuem doença renal crônica. >
Segundo a médica-veterinária Joana Portin, da Petlove, os rins são responsáveis por filtrar e remover substâncias tóxicas do organismo, purificar o sangue, controlar a pressão arterial, produzir enzimas e hormônios, auxiliar na produção de células sanguíneas — como os glóbulos vermelhos — e ainda contribuir para o crescimento e a manutenção dos ossos. >
As causas das doenças renais podem variar, passando desde fatores genéticos e idade avançada até infecções, pouca ingestão de água, doenças autoimunes, tumores e exposição a toxinas. Muitas vezes, o tratamento visa retardar a progressão da doença e aliviar os sintomas, incluindo dieta especializada, medicamentos, fluidoterapia e cuidados de suporte. >
A profissional da Petloveexplica que as raças de cães mais acometidas por doenças renais são: beagle, cocker, lhasa apso, maltês, pastor alemão, poodle, dachshund, pinscher, shih tzu e schnauzer. “No caso dos gatos são siamês, maine coon, persa, abissínio, azul russo e burmese”, pontua. >
Segundo a veterinária, embora os felinos sejam mais comumente acometidos, são a espécie que melhor convive com a enfermidade, podendo viver anos, desde que recebam acompanhamento e tratamento adequados. “Já os cães, uma vez diagnosticados, sofrem mais para estabilizar a doença, que, nessa espécie, progride um pouco mais rapidamente”, alerta. >
Conforme Joana Portin, os animais com doença renal podem apresentar sintomas variados, sendo alguns mais comuns. “O emagrecimento gradual acompanhado de perda de apetite, halitose, aumento da produção de urina — que pode, muitas vezes, estar mais clara que o habitual ou até conter sangue — são sinais frequentes. Diarreia e vômito também podem fazer parte deste quadro, assim como comportamentos atípicos na caixa de areia ou tapete higiênico”, explica. >
A veterinária também alerta que certos sintomas podem indicar quadros mais graves de doença renal. “Desidratação, hálito urêmico (odor forte de ureia na boca) e úlceras na boca podem sinalizar situações mais graves. Em todos estes casos, deve-se procurar um médico-veterinário para um acompanhamento profissional”, recomenda. >
A doença renal também pode se manifestar de forma aguda, causada por intoxicações, infecções e inflamações graves, doenças de trato urinário inferior ou superior (como cálculos urinários e/ou obstruções das vias urinárias) e algumas doenças virais. >
Essa forma traz sinais mais intensos e emergenciais, como prostração, desidratação severa, vômitos, diarreias, urina com sangue em alguns casos. Se não reconhecida e tratada em ambiente hospitalar, pode levar a óbito em pouco tempo. >
Para evitar que a doença renal crônica comprometa a saúde e a qualidade de vida dos pets , a médica-veterinária Joana Portin recomenda atitudes simples e eficazes para adotar no dia a dia. Confira! >
Para prevenir doenças renais, Joana Portin indica consultas de check-up com regularidade, já que a descoberta precoce desacelera a progressão da doença crônica. >
O cuidado com a alimentação e a hidratação são fundamentais para prevenir doenças renais nos animais. “A hidratação adequada, com oferta de água limpa e fresca, alimentação de boa qualidade, além de exercícios físicos como brincadeiras e passeios podem reduzir as chances de o pet contrair a doença”, pontua a veterinária . >
Para auxiliar o animal a beber água, especialmente os cães que não possuem o hábito e os gatos que, culturalmente, não realizam a ingestão adequada, Joana Portin indica deixar potes com água espalhados em diferentes espaços da casa. “Em dias mais quentes, pedras de gelo podem estimular o pet a beber água. Ainda, fontes de água podem gerar maior aderência”, orienta. >
Os felinos são os que mais desenvolvem a doença renal crônica, a prevalência da enfermidade na espécie chega a ser de 30% em gatos com mais de 15 anos, de acordo com estudo publicado pelo Centro Médico de Minnesota, nos Estados Unidos. Joana Portin recomenda que,na espécie felina, além do estímulo hídrico, a limpeza de caixa de areia também entre como um dos principais fatores de prevenção. >
“O fato de os gatos reterem a urina devido à caixa de areia estar suja, predispõe muito o desenvolvimento da doença. Portanto, manter o espaço sempre limpo e, se possível, ter mais de uma caixa, é um dos pontos simples e de maior significado da prevenção de doenças renais e também de enfermidades do trato urinário em geral”, orienta. >
Além disso, conforme a veterinária, a escolha da areia também pode ajudar na prevenção. “Prefira opções mais claras, sem perfume e que não levantem pó/poeira. Deste modo, você trará mais conforto para o gato e evitando que ele retenha urina”, afirma. >
Por Danielle Albuquerque >