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Portal Edicase
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 17:43
Uma pele lisa, uniforme e sem poros se tornou uma verdadeira obsessão no mundo da beleza, impulsionada especialmente pelas redes sociais. Filtros que suavizam a textura do rosto e criam uma aparência quase “perfeita” influenciam a percepção sobre o que seria uma pele ideal. Além disso, o mercado acompanha essa tendência com uma infinidade de produtos e procedimentos estéticos que prometem “fechar” os poros dilatados e deixar o rosto com um aspecto mais polido e homogêneo. >
No entanto, segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, todo mundo tem poros. “E eles são essenciais para a saúde da pele. Essas pequenas aberturas na superfície da pele permitem a saída de pelos finos e das secreções produzidas pelas glândulas sebáceas, que ajudam a manter a barreira cutânea protegida e hidratada. Não existe pele sem poros. O que vemos nas redes sociais são imagens editadas ou cobertas por maquiagem, não uma pele real”, explica. >
Conforme a Dra. Paola Pomerantzeff, o tamanho dos poros é determinado principalmente por fatores genéticos e pelo tipo de pele. “Pessoas com pele oleosa ou mista, por exemplo, tendem a ter poros naturalmente mais visíveis, especialmente na zona T (testa, nariz e queixo)”, afirma. >
Outro fator que pode deixar os poros mais evidente é a idade. “Com o passar dos anos, a produção de colágeno diminui, a pele perde firmeza e os poros também podem parecer maiores por conta da flacidez cutânea. Isso significa que, muitas vezes, os poros não estão ‘abertos’ nem ‘dilatados’, mas apenas estão mais perceptíveis devido a alterações normais do envelhecimento ou às características naturais daquela pele”, diz a médica. >
O poro visível não necessariamente precisa de tratamento. “Muitas pessoas procuram consultórios preocupadas apenas com a estética, movidas por padrões irreais. No entanto, o tamanho do poro em si raramente representa um problema médico. Poros podem ser tratados quando estão obstruídos, formando cravos ou inflamações, como acne, ou quando a pele passa por mudanças que os deixam mais perceptíveis”, explica a dermatologista. >
Quando existe indicação, os tratamentos recomendados são realizados em consultório e é necessário adaptar o skincare em casa. “Indicamos o uso regular de protetor solar (para evitar danos à estrutura da pele), e formulações tópicas com ativos como ácido retinóico e seus derivados que ajudam a regular a oleosidade e promover renovação celular)”, explica. >
Tratamentos feitos em consultório também podem ajudar a deixar os poros menos evidentes. “Em clínica, procedimentos dermatológicos como lasers, microagulhamento e radiofrequência estimulam o colágeno e melhoram a textura geral da pele . Mas a intenção não é fechar o poro, pois essa não é uma estrutura que pode ser eliminada. O objetivo é melhorar a uniformidade da pele e reduzir a aparência dessas aberturas”, completa a médica. >
Mas nenhum tratamento ou produto irá eliminar de fato os poros da pele. “Lembrando que mesmo com uso de tecnologias avançadas é uma tarefa difícil ‘fechar poros’. Portanto, cuidado com cremes que prometem esse ‘milagre em uma semana'”, enfatiza a Dra. Paola Pomerantzeff. >
A dermatologista ressalta que receitas caseiras ou produtos inadequados em dicas na internet podem piorar a pele, ao promover irritação. “O gelo, as máscaras caseiras abrasivas e os esfoliantes agressivos não devem ser usados. Mesmo que consigam controlar a produção de sebo, sem a conduta adequada eles podem agravar ainda mais a queixa”, diz a Dra. Paola Pomerantzeff. >
Buscar tratamentos pode ajudar a deixar a pele mais uniforme , mas isso não acaba com os poros. “Mas é importante lembrar que pele saudável não significa pele sem poros, mas, sim, uma pele bem cuidada, respeitando suas características naturais”, finaliza. >
Por Maria Claudia Amoroso >