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Estadão
Publicado em 23 de agosto de 2023 às 13:07
A ida de Neymar para o Al-HIlal continua movimentando o noticiário esportivo. Ele ainda não estreou no novo time, apesar de já ter tido uma apresentação de pompa em Riad. Apesar do grande salário e as regalias em contrato, os motivos que levaram o brasileiro para a Arábia Saudita também foram outros, de acordo com Gabriel, grande amigo do camisa 10 e ex-lateral com passagens por São Paulo, Fluminense, Grêmio e Internacional. Neymar estaria a fim de sair da 'bagunça' e se dedicar à vida de marido e pai.
"O que ele me falou foi o seguinte: 'Estou feliz, vou criar a minha filha aqui, vou viver um tempo com a minha família aqui na Arábia Saudita, e depois vou ver o que acontece'", disse.
"Lá, ele vai ficar afastado de toda essa pressão, de tudo isso, claro que, hoje, com a rede social, não tem muito para onde correr, mas vai viver dois anos com a família dele, se Deus quiser vai ser de glória e vitória lá, e vai bater recordes, vai continuar jogando e encantando o mundo com o futebol, e depois vai pensar no que vai fazer. Foi isso que a gente falou na última conversa", comentou o ex-lateral em entrevista à ESPN.
Neymar será pai pela segunda vez nos próximos meses. Bruna Biancardi, namorada do jogador, está grávida de Mavie e foi com o atleta para a Arábia Saudita. Semanas após anunciar a gravidez, o casal passou por um momento de crise após ele admitir um "erro injustificável" em seu Instagram.
Deixar a Europa aos 31 anos e seguir para um novo país por causa de um contrato milionário, mas com a qualidade do futebol inferior à de outras ligas, gerou o questionamento sobre o que Neymar quer para a carreira. Além disso, a dúvida se o jogador da seleção brasileira ainda teria espaço na Europa apareceu para muitos analistas. Para Gabriel, a questão envolvendo a ida do craque para o Al-Hilal envolve outros fatores.
"O cara tem 31 anos, é dono da vida dele, então ele decide o que quiser. Não adianta criar uma expectativa ‘nossa, eu queria que o Neymar fosse dez vezes melhor do mundo’, ‘ah, ele não foi dez vezes melhor do mundo, então não joga nada, não presta’. É assim que as pessoas pensam", disse Gabriel, contando outros detalhes sobre a situação do jogador.
"O cara tem a família dele, tem o estafe dele, que o ajuda decidir sobre a carreira e a vida. Fez um contrato milionário de dois anos, não é só questão de dinheiro, mas o dinheiro para ele importa, como para todo mundo. Eu quero ver cada um se colocar na situação dele, porque na situação do outro é mole falar, ‘eu não iria jamais’, aí pinga um mar de dinheiro na sua frente falando ‘vem, dois aninhos’, e você vai falar ‘não, não vou’. É muito complicado você tomar essa decisão, apesar de parecer fácil. São dois anos na Arábia, vai continuar jogando, alegrando e encantando o futebol do mundo. Vários outros craques do futebol mundial foram para lá, o próprio Cristiano Ronaldo, Benzema, um monte. Foi uma decisão que ele achou melhor".
O Al-Hilal foi um dos times da Arábia Saudita que mais se reforçaram para a temporada. Ele tem ajuda do governo local, de cujo investimento para quatro clubes foi de R$ 4 bilhões. Além de Neymar, o time levou o atacante Malcom, o goleiro Bono, o zagueiro Koulibaly, o meia Milinkovic-Savic e o atacante Aleksandar Mitrovic. O técnico Jorge Jesus iniciou sua segunda passagem pelo clube e terá um elenco farto de bons jogadores.
Ida para os Estados Unidos
E depois dos dois anos na Arábia Saudita? Neymar sabe exatamente o período que ficará no Al-Hilal. O contrato fechado com o clube é válido por 24 meses e não tem cláusula de renovação automática. Desta forma, estará livre no mercado em 2025, aos 33 anos.
Para Gabriel, o futebol dos Estados Unidos, que em 2023 conseguiu contratar Messi, Busquets e Jordi Alba para o mesmo time e já foi elogiado por Neymar, pode ser uma opção.
"Eu acredito, até pelo que já conversamos, que os Estados Unidos ainda estão no radar. É um país que tem uma qualidade de vida maravilhosa, o futebol tem crescido para caramba, tanto se falando de business quanto o nível do futebol, que aqui tem crescido bastante. Os EUA estão no radar dele, e acho que pode ser uma das opções depois da Arábia, sem dúvida nenhuma", disse.