Caso Daniel Alves: veja como foi o segundo dia do julgamento do jogador

Consumo de álcool por parte do lateral foi o tema principal dos testemunhos

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Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 19:43

Daniel Alves está sendo julgado em Barcelona
Daniel Alves está sendo julgado em Barcelona Crédito: Saolab Press/Shutterstock

O segundo dia do julgamento de Daniel Alves, nesta terça-feira (6), teve como principal tema consumo de álcool por parte do jogador. Amigos afirmaram que o atleta bebeu muito ao longo do dia e noite em que teria cometido o crime de agressão sexual contra uma jovem de 23 anos. O episódio aconteceu na madrugada de 30 de dezembro de 2022, na boate Sutton, em Barcelona.

Quatro amigos do atleta foram ouvidos e seguiram a mesma linha - de que Daniel Alves passou aquele dia ingerindo bebidas alcoólicas. Um testemunho parecido foi dado pela esposa do brasileiro, a modelo Joana Sanz, que garantiu que o jogador chegou em casa bêbado naquela madrugada, muito alterado.

As declarações reforçam a nova linha de defesa do atleta. De acordo com a imprensa espanhola, alegar embriaguez faz parte da estratégia para tentar um atenuante de pena, em caso de condenação.

"Ele foi comer com seus amigos no restaurante. Passou o dia aí e voltou era quase 4 da manhã. Voltou muito bêbado, fedendo a álcool. Bateu no armário e caiu na cama", disse.

De acordo com os amigos do jogador, o grupo se reuniu desde o meio da tarde no restaurante Taberna del Clínic. No início da madrugada, foram para o bar Nuba e, mais tarde, para a boate Sutton.

Bruno Brasil, o chef de cozinha que o acompanhava na casa noturna, afirmou que "naquela noite, ele foi o que mais bebeu". Thiago Slovinski e Ulisses Neto, que estavam com Daniel Alves no bar que antecedeu a ida à boate, deram testemunhos parecidos, assim como Antônio, um quarto amigo de Daniel.

"Eu diria que pedimos umas cinco garrafas de vinho, uma de uísque. Thiago não bebe, Bruno bebe pouco, então eu e Daniel bebemos muito. Pedimos quatro drinks de gin tônica. Ele tinha bebido bastante", falou Ulisses.

Os amigos depuseram brevemente durante a 21ª seção da Audiência de Barcelona, presidida pela juíza Isabel Delgado Pérez. O testemunho de Bruno Brasil foi o que mais demorou, principalmente nas respostas sobre o que houve dentro da boate.

O chef disse à corte que não viu nada de diferente quando a denunciante deixou o banheiro da Sutton, onde teria acontecido o crime. Questionado sobre ter ou não visto a jovem chorando no corredor, afirmou não ter visto nada porque "o corredor é muito escuro".

Funcionários e policiais

Além dos amigos e da esposa de Daniel Alves, o segundo dia de julgamento também teve depoimentos de funcionários da boate Sutton e policiais que participaram do atendimento à denunciante e da detenção do jogador. Diretor da casa noturna, Robert Massanet relatou a conversa que teve com a jovem após ela deixar o banheiro do local.

"O Daniel era um cliente habitual. Naquela noite, o vi algumas vezes, até me deparar com uma garota chorando. Foi muito difícil para ela explicar o que havia acontecido. Fomos com ela até uma área mais tranquila, sem música, para que pudesse explicar", afirmou.

"Ela disse que ninguém acreditaria nela. Falou que entrou no banheiro de forma voluntária, mas que depois quis sair e não conseguiu. Perguntei se havia acontecido algo mais grave, e ela disse que sim. Perguntei se havia tido penetração, e ela disse que sim. Ela queria ir embora para casa, mas eu insisti que ela precisava ficar para que ativássemos o protocolo. Ela só repetia que ninguém acreditaria nela", continuou Massanet, que confirmou que Daniel Alves frequentava a boate há oito anos.

Em seguida, foi a vez do gerente da Sutton prestar depoimento. O funcionário afirmou que o jogador brasileiro "ou tinha bebido, ou tomado algo, mas não estava normal".

Já os policiais deram uma sequência de breves depoimentos. De acordo com os depoimentos dos agentes, a denunciante estava muito nervosa, apesar de medicada. Um deles falou que impressões digitais foram encontradas dentro do banheiro na área da pia, no espelho, na tampa do vaso sanitário e na cisterna.

"Ela disse que a pessoa não a tinha deixado sair do lugar onde tinha ido e que havia tocado suas partes íntimas por dentro. Disse que não queria dinheiro, queria justiça. A assessoramos para que denunciasse os fatos ou não", falou o primeiro policial a atender a denunciante.

Pela programação, a quarta-feira (7) será o último dia do julgamento, e Daniel Alves será o último a prestar depoimento. A audiência ainda será dedicada à medicina forense (forenses, psicólogos, analistas científicos, provas biológicas) e documental (com visualização de vídeos de câmaras de segurança).