'Ela quis sair e não conseguiu', diz diretor de boate no julgamento de Daniel Alves

Outra testemunha a depor nesta terça-feira (6), gerente da Sutton afirma que jogador 'não estava como sempre, havia bebido'

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Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 14:50

Daniel Alves durante julgamento em Barcelona
Daniel Alves durante julgamento em Barcelona Crédito: Reprodução

Funcionários da boate Sutton, em Barcelona, foram os primeiros a prestar depoimento no segundo dia de julgamento de Daniel Alves, nesta terça-feira (6). O jogador é acusado de agressão sexual contra uma mulher de 23 anos, em caso que teria ocorrido em dezembro de 2022, no banheiro da casa noturna. Diretor do local, Robert Massanet relatou a conversa que teve com a jovem, e afirmou que precisou convencê-la a ficar e explicar o que aconteceu.

"O Daniel era um cliente habitual. Naquela noite, o vi algumas vezes, até me deparar com uma garota chorando. Foi muito difícil para ela explicar o que havia acontecido. Fomos com ela até uma área mais tranquila, sem música, para que pudesse explicar", afirmou.

"Ela disse que ninguém acreditaria nela. Falou que entrou no banheiro de forma voluntária, mas que depois quis sair e não conseguiu. Perguntei se havia acontecido algo mais grave, e ela disse que sim. Perguntei se havia tido penetração, e ela disse que sim. Ela queria ir embora para casa, mas eu insisti que ela precisava ficar para que ativássemos o protocolo. Ela só repetia que ninguém acreditaria nela", continuou Massanet, que confirmou que Daniel Alves frequentava a boate há oito anos.

Em seguida, foi a vez do gerente da Sutton prestar depoimento. O funcionário afirmou que o jogador brasileiro "ou tinha bebido, ou tomado algo, mas não estava normal". A declaração reforça a nova linha de defesa do atleta, que busca atenuar a pena alegando que ele estava bêbado.

O terceiro a testemunhar foi um auxiliar da boate que prestou assistência à denunciante. De acordo com ele, a jovem "sabia para o que estava indo, mas depois se arrependeu. Foram suas palavras". Ele explicou que foi o responsável por cuidar das feridas que a mulher tinha no joelho. Em depoimento à polícia, a denunciante afirmou que, ao tentar sair do banheiro, foi jogada no chão por Daniel Alves, e caiu de joelhos. "Parecia uma queimadura, nada muito profundo".

Em prisão preventiva há mais de um ano, Daniel Alves esteve presencialmente no Tribunal de Barcelona para o segundo dia do julgamento. Presidida pela juíza Isabel Delgado Pérez, a 21ª seção da Audiência de Barcelona ouviria 22 pessoas nesta terça, mas duas foram dispensadas. 

Pela programação, o último dia do julgamento será na quarta-feira (7), quando Daniel Alves prestará depoimento. Além do jogador, está previsto para serem ouvidos profissionais forenses, policiais científicos e peritos da defesa.