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Especialistas debatem sobre as oportunidades fornecidas pela Amazônia Azul

Serviços ecossistêmicos prestados envolvem projetos de geração de energia e empreendedorismo

  • Foto do(a) author(a) Estúdio Correio
  • Estúdio Correio

Publicado em 1 de setembro de 2023 às 07:43

Especialistas discutiram o tema
Especialistas discutiram o tema Crédito: Florian Boccia

Quanto valem os serviços ambientais que os oceanos do mundo oferecem aos países? De acordo com um estudo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), este valor é estimado em US$ 24 trilhões, o que significa que se fossem um país, estas vastas extensões de água estariam entre os 10 maiores PIBs (Produtos Internos Brutos) do planeta.

Com o objetivo de discutir as oportunidades e os desafios deste verdadeiro mar de oportunidades, especialistas em sustentabilidade, representantes da Marinha, do setor privado e da academia estiveram reunidos no Wish Hotel da Bahia, no dia 18 deste mês, durante o seminário “O Ministério Público em Defesa da Amazônia Azul”, promovido pelo Ministério Público Federal e a Comissão de Economia do Mar da Associação Comercial da Bahia (ACB).

Eduardo Athayde destacou o valor do PIB do mar brasileiro
Eduardo Athayde destacou o valor do PIB do mar brasileiro Crédito: Florian Boccia

O diretor da Rede WWI (Worldwatch) no Brasil e coordenador da Comissão de Economia do Mar da ACB, Eduardo Athayde, destacou que o Brasil é uma biopotência em se tratando de Economia do Mar, razão pela qual não pode ficar para trás em relação aos demais países.

“Nove em cada dez investidores estão interessados em financiar projetos nessa área. O PIB do mar brasileiro é avaliado em R$ 2 trilhões, equivalente ao do agronegócio. Nossa Amazônia Azul precisa de inovação na governança socioeconômica e ambiental (ESG)”, defendeu Athayde.

Para o vice-presidente de Sustentabilidade da Ocyan, Marcelo Mafra, a Amazônia Azul tem um imenso potencial para o que chamou de “evolução energética”, um conceito que pressupõe substituir a emissão de carbono nocivo por alternativas menos impactantes ao meio ambiente. A energia eólica offshore (em alto-mar), segundo ele, é um exemplo.

Marcelo Mafra chamou a atenção para o potencial da energia eólica offshore
Marcelo Mafra chamou a atenção para o potencial da energia eólica offshore Crédito: Florian Boccia

Viés socioambiental

“A eólica offshore tem potencial altamente relacionado ao viés socioambiental, mas, para isso, precisamos de uma regulamentação robusta, a fim de tornar essa energia monetizável para entrar no grid. Já existem projetos de 176 MW programados no Brasil, alguns sendo de empresas de óleo e gás como potenciais desenvolvedores. A energia de marés também é promissora, mas ainda necessita de um maior desenvolvimento de pesquisa e tecnologia”, observou Mafra.

O comandante do 2º Distrito Naval da Marinha do Brasil, vice-almirante Antônio Carlos Cambra, mencionou que embora 80% da população brasileira viva a menos de 200 metros do mar, apenas 15% dos estudantes de graduação e pós-graduação em Ciências do Mar sabem o que significa a Amazônia Azul. Ele saudou a recente aprovação do projeto de lei (PL) que estabelece o ensino da cultura oceânica nas escolas de Salvador. O PL é de autoria do vereador André Fraga (PV).

Para o comandante Antônio Carlos Cambra, a população brasileira precisa conhecer a Amazônia Azul
Para o comandante Antônio Carlos Cambra, a população brasileira precisa conhecer a Amazônia Azul Crédito: Florian Boccia

Conceito político-estratégico

“Para a Marinha, mais do que um espaço geográfico, a Amazônia Azul deve ser vista como um conceito político-estratégico, capaz de gerar riquezas para o país”, ressaltou Cambra. Segundo o comandante, a área possibilita a geração de energia por óleo, gás, vento, ondas e maré, além de representar 97,6% da produção nacional de petróleo e 83,2% da de gás natural.

A aproximação da academia com as ciências aplicadas é fundamental para compreendermos o desenvolvimento sustentável. Esta é a visão do professor do Instituto do Mar em Santos (SP) Rodrigo More, que lidera o Centro Interdisciplinar de Estudos do Espaço Oceânico. “A Amazônia Azul tem valor inestimável. O Brasil deve abraçar o mar, ao invés de dar as costas a ele”, sugeriu.

O especialista defendeu a criação de hubs logísticos pesqueiros, de aquicultura e turismo, além de treinamento sobre inovação de processos. Sobre as barreiras referentes ao empreendedorismo ligado à Economia do Mar, More citou fatores como aspecto legal, capacitação, gestão pouco profissionalizada e déficit de infraestrutura no local do empreendimento.

Economia do Mar em números:

US$ 24 trilhões em serviços ecossistêmicos;

R$ 2 trilhões é o valor do PIB do mar brasileiro;

95% do comércio exterior brasileiro é escoado por via marítima;

12 setores, 17 estados e 280 municípios têm relação com a Amazônia Azul.

Fontes: WWF, Ipea e Marinha do Brasil.

Contribuições da Marinha Brasileira à Amazônia Azul

● Segurança do tráfego aquaviário;

● Proteção do patrimônio brasileiro e ambiente seguro de negócios;

● Formulação e fiscalização de políticas, leis e regulamentos;

● Segurança jurídica e regras transparentes;

● Capilaridade e facilidade de interlocução;

● Fomento da mentalidade marítima.

● Capacitação de mão-de-obra.

Fonte: Marinha do Brasil

O projeto Economia do Mar é uma realização do jornal Correio com o patrocínio da Acelen, Belov Engenharia, Engeprom, Ocyan, Petrobahia, Ponte Salvador Itaparica, Tronox e apoio institucional do Ministério Público Federal, Associação Comercial da Bahia, Marinha do Brasil, Prefeitura de Salvador, Sebrae e WWI.

Por Murilo Gitel para o Estúdio Correio.