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Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2022 às 06:00
Enfraquecimento na economia, restrições, desaquecimento na oferta e demanda. Não foram poucos os impactos que o coronavírus foi capaz de provocar em toda a cadeia produtiva. E a indústria sentiu o peso de tudo que a covid-19 trouxe. Segundo dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde que iniciou a pandemia, a indústria baiana chegou a operar num patamar 19,9% abaixo de fevereiro/20. Porém, esse cenário já apresenta mudanças favoráveis para o momento de recuperação do setor, trazendo junto também oportunidades que podem fomentar uma retomada mais forte e competitiva. >
Ainda de acordo com o IBGE, já no início desse ano, a produção industrial baiana avançou: voltou a crescer em março (8,6%), após 14 quedas seguidas, com o segundo melhor resultado do país no mês e o maior avanço para março no estado em 12 anos. Só para se ter uma ideia, no mesmo período, 6 das 11 atividades da indústria de transformação avançaram, e o crescimento geral no estado foi puxado pelos derivados do petróleo que alcançou 37,9%. No acumulado nos três primeiros meses do ano, a Bahia é um dos seis locais com resultado positivo (2,3%), bem à frente do registrado no país como um todo que apresentou queda de 4,5%. “De modo geral, a pandemia trouxe impactos significativos no ambiente econômico. A paralisação de setores importantes da oferta acabou reduzindo encomendas, gerando problemas sérios em um conjunto de cadeias produtivas, faltando o fornecimento de insumos, gerando o que a gente chama de choque de oferta e, além disso, a gente teve também a questão da logística internacional”, explica o superintendente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Vladson Menezes. Além da pandemia, a indústria baiana ainda teve outros fatores mais específicos que aumentaram os desafios para o setor: “Um, diz respeito ao fechamento da Ford, em janeiro de 2021, que fez com que a produção de veículos automotores caísse 95%. Em seguida, o refino, com a privatização da refinaria e que teve no seu primeiro ano esse processo de repasse das suas operações para a iniciativa privada com a paralisação das suas instalações e uma redução inicial. Porém, isso já está sendo revertido na indústria de transformação”. >
E essa virada de jogo já aponta para uma perspectiva de retomada de crescimento a curto prazo, sobretudo, favorecido pela recente ampliação do Tecom e aeroporto também, além da retomada da produção dos derivados de petróleo no estado pela Acelen, como complementa Menezes. >
“Temos ainda vários protocolos de intenção de investimento foram realizados na Bahia. Boa parte em energias renováveis, o que é uma tendência. Em seguida, vem a mineração, além de outros investimentos previstos na química, petroquímica, no setor metalúrgico, siderúrgico e também na produção de minerais não metálicos. Tudo isso aponta oportunidades importantes”. >
Avanços Para o diretor industrial da Braskem na Bahia, Carlos Alfano, a resiliência, investimento em tecnologia e agilidade na adequação da forma de trabalho são mais alguns fatores que transformaram também a pandemia em um ambiente de oportunidades e estimularam novamente o crescimento. A empresa manteve suas operações industriais, e saiu mais fortalecida com resultados positivos. “A pandemia reforçou o caráter estratégico da indústria química, essencial para fornecer insumos para várias outras indústrias, como a de alimentos, transportes, construção civil, higiene e, em especial, dos serviços de saúde. A química está presente, por exemplo, nas máscaras, seringas das vacinas, desinfetantes e álcool gel, medicamentos e várias outras aplicações fundamentais. Ao mesmo tempo, a crise sanitária aqueceu o debate sobre o uso do plástico, trazendo um novo olhar para os benefícios desse material para a sociedade”, diretor industrial da Braskem na Bahia, Carlos Alfano. Para o presente e futuro, a Braskem deve continuar investindo no fomento a economia circular. “Como uma solução simples, barata e eficaz, o plástico cumpre um papel significativo na segurança e prevenção, principalmente em momentos de crises sanitárias como a que vivemos. Vamos continuar investindo em materiais inovadores e sustentáveis e estimulando o uso consciente, o descarte adequado, a reciclagem e o reaproveitamento de resíduos”, pontua Alfano. >
Quem também aposta no cenário favorável ao crescimento do setor é o diretor-executivo da Larco, Alberto Costa Neto.“A gente buscou ter muita flexibilidade e resiliência no momento em que não sabíamos até onde a pandemia ia. A principal atitude foi se reinventar sem perder o seu foco de performar dentro do seu planejamento estratégico. Claro, que algumas ações foram congeladas e postergadas em determinados momentos, mas nunca deixamos de entregar e realizar nossos planos, seja de crescimento de frota ou de operações”, diretor-executivo da Larco, Alberto Costa Neto. Como a indústria conseguiu lidar com a pandemia? É justamente esse aprendizado que o Caderno Indústria Forte, que será publicado na próxima quarta-feira, compartilhará com o leitor do CORREIO. O especial vai trazer ainda expectativas de investimentos e avanços tecnológicos que acompanham a linha do tempo da indústria da Bahia, que tornam o setor tão importante para a economia do estado e mostram a sua capacidade de resiliência. Não deixe de conferir. >
O projeto Indústria Forte é uma realização do Correio com patrocínio da Unipar e Acelen, apoio institucional do Sebrae e apoio da Wilson Sons, Braskem, J.Macêdo, Larco, AJL, Jotagê e Comdados.>
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