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Portal Edicase
Publicado em 20 de março de 2024 às 13:24
Março é o mês dedicado à conscientização de tutores de animais de estimação sobre os cuidados e a prevenção de doenças renais. O Programa de Cuidados ao Paciente Crônico, desenvolvido pela Petlove, mostra que, dos 267 animais participantes do programa, 59 foram diagnosticados com insuficiência renal crônica e fazem acompanhamento veterinário, sendo, ainda, 76% felinos. >
Joana Portin, veterinária da Petlove e responsável pelo programa, explica que, de maneira geral, doenças renais podem ocorrer de forma aguda e crônica. A primeira, pode acontecer quando há intoxicações, lesões renais obstrutivas (por exemplo, obstrução urinária) e em quadro graves de infecções. A doença renal crônica, por outro lado, acontece por senilidade, ou seja, quando o rim do animal adulto ou idoso perde a sua capacidade funcional. >
“ Pets com doença renal crônica se desidratam rapidamente, pois o rim não está fazendo seu papel na filtragem e concentração da urina. Os gatos são mais suscetíveis à doença, seus hábitos de tomar água e a forma com que se alimentam foram alterados com a domesticação da espécie”, explica a profissional. >
Ainda segundo Joana Portin, as causas desse tipo de doença são diversas, como genética, infecções, presença de parasitas, condições autoimunes, intoxicações ou inflamações. >
Os sintomas iniciais de doenças renais crônicas podem incluir aumento da produção de urina, alteração da cor da urina (mais clara) e aumento da sede do animal. À medida que o problema progride, podem surgir vômitos, diminuição ou falta de apetite, letargia e apatia. Em casos extremamente graves, o animal pode ter úlcera na mucosa oral e hálito urêmico (odor forte de ureia na boca). >
“Na doença renal aguda, os sintomas são mais rápidos e intensos, podendo se apresentar com apatia, desidratação severa, vômitos, podendo também ocorrer sede excessiva e muita produção de urina ou, até mesmo, a não produção de urina, dependendo da gravidade”, revela a profissional. >
A veterinária ressalta que existem algumas raças com maior propensão a desenvolver problemas renais, geralmente da fase adulta para a idosa. Entre as caninas, estão beagle, cocker, poodle e doberman. As felinas, por sua vez, incluem ragdoll, maine coon , siamês e, principalmente, persa. >
Joana Portin afirma que a doença renal em cachorros, apesar de ser menos frequente, tende a ser mais grave. “Os cães toleram menos as injúrias renais do que os gatos, portanto, um gato, dependendo de quando foi diagnosticado, pode ficar anos convivendo com a doença renal e recebendo o tratamento adequado. Já o cão, quando diagnosticado, tende a ter uma evolução da doença mais rápida”, explica. >
Apesar de não ser possível reverter um quadro de doença renal crônica, alguns cuidados podem ser tomados para manter a longevidade e bem-estar dos peludos. Um dos mais eficazes é a união entre acompanhamento com um veterinário de confiança e a regularidade nos exames de rotina. >
“Muitas vezes, é em check-ups que identificamos que já há um início de lesão renal e conseguimos atuar na estabilidade, desacelerando a progressão da doença. Alguns exames podem identificar a doença precocemente, portanto é importantíssimo que as consultas veterinárias sejam ainda mais frequentes quando os pets se tornarem adultos e idosos, ou seja, a partir dos seis anos”, afirma a veterinária da Petlove. >
Ainda, é preciso estimular o consumo de alimentos úmidos diariamente, bem como a ingestão de água, e o oferecimento de ração de boa qualidade, além de práticas de bem-estar para a espécie do pet , focadas em diminuir alterações de estresse e comportamentais. >
Por Nathalia Bezerra >