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Priscila Natividade
Publicado em 25 de dezembro de 2024 às 18:16
A ceia da noite anterior foi linda e, no dia seguinte, é aquilo mesmo: a gente se vira como pode para 'reformar' o que sobrou. E ela está sempre ali: a uva-passa. No arroz, no panetone, no salpicão. Nem a farofa escapa. Há quem ame. Há quem odeie. Mas, no início, meio e fim da temporada de Natal, a fruta não deixa de marcar presença nos mais tradicionais pratos culinários da época. >
E de onde vem mesmo a uva-passa consumida no Brasil? De lá das terras não tão distantes dos ‘hermanos’ argentinos. Boa parte da fruta que chega aqui e gera toda essa polêmica na mesa vem da Argentina, até porque a produção brasileira é muito pequena e não chega a atender à demanda do mercado nacional, não só devido às condições de clima, mas também de custo para a secagem e estocagem.>
Atualmente, a Argentina responde por 80% do abastecimento nacional e ocupa a 10ª posição entre os principais produtores mundiais de uva-passa. A lista tem também países como a Turquia, Estados Unidos, Irã, Grécia, Chile, África do Sul, Uzbequistão, Afeganistão e Austrália.>
Só para se ter uma noção da dimensão desse consumo no Brasil, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil importou só este ano 22 milhões de quilos de uva-passa da Argentina.>
Ao todo, o mercado brasileiro comprou 28,25 milhões de quilos do produto no exterior. O Ministério da Agricultura não tem dados sobre a produção interna, já que o país é totalmente dependente da importação da fruta.>
A verdade é que a frutinha – que é resultado da desidratação da uva – começou o seu legado de domínio nas festas de final de ano após ser incluída nas receitas e preparações europeias, sobretudo, nas sobremesas. No Oriente Médio, a uva-passa já se fazia presente nas comemorações do nascimento de Jesus Cristo.>
E assim, a uva-passa atravessou fronteiras junto com os colonizadores que trouxeram a fruta para até a América, tornando-a extremamente conhecida nessa parte do mundo também. Desde então, ela domina na ceia natalina e não há como ter dúvidas sobre isso. >