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Maysa Polcri
Publicado em 28 de novembro de 2023 às 07:00
O que era uma compra para facilitar a vida do fisioterapeuta Marcello Negreiros, de 29 anos, virou dor de cabeça. Há um ano, o morador de Salvador comprou um relógio inteligente para atender ligações e precisou migrar de plano para conseguir ativar a função. Depois de contratar o serviço de outra empresa de telefonia, descobriu que precisaria desembolsar R$100 a mais por mês. Surpresas indesejadas costumam acontecer com quem muda de operadora, mas você sabe como evitar cair em ciladas? >
O advogado Ivan Pires, especializado em Direito do Consumidor, explica que os clientes devem estar atentos quando decidem trocar de operadora de celular. O primeiro passo é entender quais são as demandas específicas de cada pessoa no momento de contratar um novo serviço. >
“Quase todas as operadoras já incluem ligações ilimitadas e o que pesa mais na escolha são os pacotes de internet. Então, é preciso ver a demanda de cada um. Se uma pessoa pode passar o dia conectado ao Wi-fi, por exemplo, não tem necessidade de pagar mais caro em um plano com muita internet”, analisa. >
Ivan Pires lembra ainda que os bônus oferecidos para quem troca de operadora, em geral, duram poucos meses e nem sempre são vantajosos. “É importante que os clientes verifiquem por quanto tempo os bônus de migração são válidos porque, às vezes, é por poucos tempo e pode não compensar no final das contas”, explica. >
No caso de Marcello Negreiros, que buscou um plano para conseguir realizar ligações através do relógio sem precisar do celular por perto, a surpresa veio após a contratação de uma nova operadora. “Realizei a portabilidade e, após finalizado, ao ir na loja realizar a ativação do chip para o relógio funcionar, recebi a informação que o meu plano não cobria o serviço e eu teria que contratar um plano pós-pago no valor de 150 reais”, conta. >
O valor era três vezes mais caro do que havia sido combinado inicialmente, o que gerou revolta no fisioterapeuta. “Liguei para a operadora diversas vezes reclamando da informação falsa que recebi, registrei denúncia na ouvidoria e até reclamação na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Contudo nada foi resolvido, acabei desistindo do serviço”, diz. >
O advogado especialista em Direito do Consumidor Ivan Pires indica que, ao contratar uma nova operadora, os clientes registrem as provas do serviço ofertado. “É muito importante que os clientes gravem o protocolo da migração, se for realizada por telefone, ou capturarem a tela, se a promoção foi divulgada na internet ou nas redes sociais”, diz. >
Em caso de problemas como o enfrentado pelo fisioterapeuta Marcello, as reclamações devem ser feitas diretamente com a operadora. “Se a empresa não resolver o problema, vale partir para uma reclamação da Anatel, que solicita o protocolo de reclamação realizado junto a operadora”, afirma Ivan Pires. Em último caso, é possível acionar um advogado para tentar resolver a questão na Justiça.>