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Da Redação
Publicado em 1 de maio de 2023 às 07:54
- Atualizado há 2 anos
O candidato governista Santiago Peña foi eleito neste domingo, 30, o novo presidente do Paraguai, consolidando o poder nas mãos do Partido Colorado, que governa o país ininterruptamente por quase 70 anos. Aos 44 anos, ele é considerado um tecnocrata de pouca experiência política. Estudou na Universidade Columbia, em Nova York, e foi ministro da Economia durante o governo de Horacio Cartes.>
Ainda assim, ele é a aposta do longevo Partido Colorado para se sustentar por mais cinco anos à frente da nação sul-americana em meio ao crescimento social descontentamento com a corrupção e deficiências na saúde e na educação.>
Sua única experiência eleitoral foi em 2017, quando perdeu as primárias do Partido Colorado para Mario Abdo Benítez. Defende as relações do Paraguai com Taiwan e tem sido criticado por sua visão de que o ditador Alfredo Stroessner levou "estabilidade" ao Paraguai, apesar de grupos de direitos humanos atribuírem ao regime entre 1.000 e 3.000 mortos e desaparecidos.>
Para atacá-lo, seus adversários o chamam de "o secretário de Cartes". Peña é o caçula de três irmãos. É casado com Leticia Ocampo, com quem tem dois filhos, o primeiro deles nascido quando eram adolescentes.>
Ele rejeita a legalização do aborto porque, em sua opinião, parece "o mais fácil, um atalho". E se diz decidido a defender a família "em sua composição tradicional: mamãe, papai e filhos">
Em plena campanha eleitoral, Cartes - atual presidente do Partido Colorado- foi formalmente qualificado pelos Estados Unidos como "uma pessoa significativamente corrupta". Após listar uma série de crimes como suborno, lavagem de dinheiro e ligações com o terrorismo, o Departamento de Estado congelou os bens do empresário e o impediu de operar no sistema financeiro norte-americano.>
A medida foi um duro golpe para Peña, que não só perdeu apoio financeiro para a campanha como teve que se distanciar, pelo menos publicamente, de seu mentor.>
Alguns analistas alertaram para as dificuldades que Peña pode enfrentar como presidente eleito se Cartes fosse extraditado para os Estados Unidos ou preso no Paraguai.>
"Não há governança garantida", afirmou a historiadora e analista política Milda Rivarola. "Ele terá o grave problema de ter metade ou mais do Partido Colorado contra ele", disse o especialista, referindo-se à linha interna liderada pelo atual presidente Mario Abdo Benítez, que está em desacordo com Cartes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)>