Após mais de um mês sem aula, alunos de colégio interditado na Ladeira da Soledade voltarão a estudar

Secretaria de Educação informou que eles serão alocados ainda esta semana em uma ONG na Liberdade. Instituição será adaptada para receber os estudantes

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  • Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2017 às 21:50

- Atualizado há um ano

Os alunos do Colégio Estadual Carneiro Ribeiro Filho, interditado desde o desabamento que matou três pessoas da mesma família  no dia 24 de abril, devem retomar o ano letivo ainda esta semana. A Secretaria Estadual de Educação do Estado da Bahia (Sec) informou que os estudantes serão relocados na Organização de Auxílio Fraterno (OAF), na Liberdade. A OAF é uma organização não governamental de atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O espaço, que fica a cerca de 500 metros do colégio estadual, será adaptado para receber os estudantes. Desabamento matou três pessoas (Foto: Tailane Muniz/CORREIO)FechadoA SEC informou que decidiu manter o prédio do Carneiro Ribeiro Filho interditado até que a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) realize o tratamento da fachada lateral do imóvel vizinho à unidade escolar. Um calendário especial de reposição de aulas está sendo elaborado para assegurar o cumprimento dos 200 dias do ano letivo. 

Os estudantes da instituição já haviam feito uma manifestação pedindo o retorno das aulas. 

Desabamento e indiciamentoProprietário do imóvel que desabou na Ladeira da Soledade, o artista plástico José Ivo da Costa Santos, 63 anos, foi indiciado pelo delegado Luiz Henrique Costa Ferreira, titular da 2ª Delegacia (Lapinha), pelo crime de desabamento culposo com resultado morte e lesão corporal. No dia 9 de maio, o inquérito foi enviado para o Ministério Público, e nele consta o laudo com o resultado da perícia realizada pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

O parecer diz que o dano no imóvel foi causado por falta de manutenção, agravado pelas fortes chuvas. De acordo com o delegado Luiz Henrique, a pena que o artista plástico poderá receber é equivalente à de um homicídio culposo, que vai de um a três anos para cada uma das mortes ocorridas, podendo chegar até a nove anos, sem contar as lesões corporais. Ivo, a depender do entendimento da justiça, poderá responder em liberdade.

O delegado disse também que, além de Ivo, ouviu também moradores região e todos afirmaram que ele sempre se apresentou como o dono do imóvel. “O delegado apurou também que Ivo foi notificado várias vezes pelo poder público sobre as condições do imóvel e os riscos que o ameaçavam, mas não fez nada”, afirmou a polícia civil, em nota divulgada na época.

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