Até a próxima, Flipelô: Festa Literária é encerrada pela Orquestra Afrosinfônica

Mais de 50 mil pessoas participaram de 50 atividades em 13 espaços do Centro Histórico

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  • Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2018 às 20:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Betto Jr/CORREIO

A Orquestra Afrosinfônica, conduzida pelo maestro Ubiratan Marques, encerrou a segunda edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô) neste domingo (12). Regida de muita literatura, cultura e arte, a Festa teve como tema a frase “a amizade é o sal da vida”, em homenagem ao escritor João Ubaldo Ribeiro, amigo do também escritor Jorge Amado. 

Além do repertório do álbum Branco, lançado em 2015, três novos arranjos ligados à obra de Jorge Amado foram apresentados ao público, de surpresa, no Largo do Pelourinho. A Orquestra mistura o popular e o erudito em um retorno da música às suas origens ancestrais. 

Em sua segunda edição, a Flipelô contou com a presença de mais de 50 mil pessoas em suas mesas e programações culturais. Mais de 50 atividades, dentre apresentações teatrais, musicais e exposições, foram realizadas, gratuitamente, durante cinco dias, em 13 espaços do Centro Histórico. Para o próximo ano, a ideia é expandir a Festa, que, para  Ângela Fraga, diretora da Fundação Jorge Amado - entidade que organiza a Flipelô -, é uma oportunidade de contribuir com a questão social, dando acesso à cultura para quem, muitas vezes, não tem condições de consumi-la.

“Todas as 50 atividades estavam lotadas. Isso é um atestado que existia uma carência na nossa cidade de um evento nesse estilo. E agora não tem mais como voltar atrás, é um caminho sem volta”, comemorou. Para ampliar o alcance da feira, Ângela pretende expandir a Festa para novos espaços - além dos 13 atuais. 

“Nós temos, por exemplo, a Sociedade Protetora dos Desvalidos, que é uma das instituições mais antigas de Salvador, e que pode dar espaço para a expansão da Flipelô”, pontuou. A possibilidade de mais atividades nos espaços, com expansão do horário das programações, também existe e é estudada.  “A gente pode terminar a programação um pouco mais tarde, ou dar mais tempo de manhã. Estamos estudando como expandir a Festa”. 

O evento atraiu a mestranda em Dança Silvana Rivas, 29, e o professor Edney Advincula, 40, que destacaram a importância das referências aos autores e protagonismo negro durante o evento. “Eu fui para o show de Mateus Aleluia e agora assisto à Orquestra Afrosinfônica. Durante o evento, referenciais de autores negros eram expostos. Então isso é muito importante. Principalmente pela programação do Pelourinho para pessoas da cidade que não são turistas. Eu vi gente de diversas regiões de Salvador aproveitando o Pelô”, comemorou Silvana.  A mestranda em Dança Silvana Rivas, 29, e o professor Edney Advincula, 40, elogiaram referências afros do evento (Foto: Betto Jr/CORREIO) Além dos shows, o professor Edney aproveitou as mesas de discussão que ocorreram durante o evento e reforçou o debate racial. Já a produtora cultural Dayane Sena, 42, elogiou as outras linguagens utilizadas pelo evento, como a musical, para atrair à literatura. “É uma costura muito bem feita que acaba atraindo as pessoas ao acesso à literatura, como um suporte ao evento. E o foco na literatura é contemplado”, opinou. Ela conta que também foi na primeira edição do evento, no ano passado e elogiou a iniciativa. 

A apresentação da Orquestra Afrosinfônica foi finalizada com a música “Tema de amor para Gabriela”, de Tom Jobim, “É doce morrer no mar” e “O porto”, de Dorival Caymmi. “É um ganho muito grande para a comunidade a gente ter uma festa literária em um espaço como o Pelourinho, com toda sua questão histórica”, comemorou Ângela.