Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria mostram 13.813 casos no estado em 20 anos
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2019 às 06:00
- Atualizado há um ano
A Bahia lidera o número de crianças e adolescentes mortos no país por arma de fogo de 2009 a 2016, segundo um estudo divulgado nessa quarta-feira pela Sociedade Brasileira de Pediatria. No período de 1997 a 2016, foram registrados no estado 13.813 casos, nos quais as vítimas tinham entre 0 e 19 anos. Esse total coloca a Bahia como o primeiro estado do Nordeste com mais mortes desse tipo e o terceiro em todo o país.
A Bahia perde apenas para São Paulo que registrou nesses 20 anos 21.864 mortes de crianças e adolescentes por arma de fogo, e para o Rio de Janeiro, com 19.220 casos.
“Dentre os estados, a situação mais preocupante atinge a Bahia, que desde 2009 lidera o ranking nacional, com o maior número proporcional de óbitos de crianças e adolescentes por arma de fogo. Em 2016 (ano mais recente disponível), 14% das mortes registradas no país com essa causa ocorreram naquela unidade da federação”, informou a entidade, em material ivulgado em seu site.
O levantamento mostra que, a cada duas horas, uma criança ou adolescente dá entrada em um hospital da rede pública de saúde no país com ferimento por disparo de arma de fogo.
Ainda com relação a internações, os dados revelam também maior concentração de casos provocados por armas de fogo nas regiões Nordeste e Sudeste, cada uma com 36% das hospitalizações no Brasil. Dentre os estados, São Paulo e Rio de Janeiro se destacam nesse aspecto, com 14% e 12% das internações, respectivamente.
Por sua vez, a Bahia – líder no ranking de mortalidade – divide a terceira posição com o Ceará, com 10% das ocorrências cada.
A cada 60 minutos, uma criança ou um adolescente morre no Brasil em decorrência de ferimentos por arma de fogo. Entre 1997 e 2016, mais de 145 mil jovens com até 19 anos faleceram em consequência de disparos acidentais ou intencionais.
Ainda de acordo com o estudo, que considerou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, em 2016, foram registrados 9.517 óbitos entre crianças e adolescentes no país. O número é praticamente o dobro do identificado há 20 anos – 4.846 casos em 1997 – e representa, em valores absolutos, o pico da série histórica.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que não teve acesso nem foi comunicada sobre o estudo.