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Biometria não assusta idosos, mas longas filas e falta de estrutura, sim

Eleitores de 60 anos ou mais disseram não estranhar tecnologia; alguns usaram e-título

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 20:00

 - Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Nas eleições de 2018, a tecnologia e a biometria não foram problema para os maiores de 60 anos. Com desenvoltura, muitos fizeram questão de mostrar que não temem as inovações e empunharam seus e-títulos. O que muitos deles não contavam foi com as longas filas e o que muitos chamaram de desorganização nos locais de votação.

O aposentado Edvaldo Nonato, 63 anos, estava indignado e disse que a vontade era dar as costas e não votar em protesto a longa espera na fila de votação na seção do Pavilhão de Aulas do Canela. "Isso é uma humilhação. Tenho mais de uma hora de espera sem sequer poder sentar para aguardar", desabafou, salientando que acompanha a esposa doente.

Com uma postura parecida, Vera Maria Lemos, 64, disse que ao fazer a biometria foi transferida para uma seção especial, onde, em tese, a votação seria mais rápida. "Já presenciei pessoas passando na nossa frente sem explicação alguma. Quero o que é direito", completou.

A aposentada Edna de Souza, 64, penou para conseguir votar. Com joelho inchado, precisou aguardar mais de uma hora para exercer o direito de escolher seus representantes.

Elogios Apesar da insatisfação quase geral, a socióloga aposentada Darci Silva França, 75, elogiou a organização e o cuidado recebido na Faculdade de Administração, onde votou. Além de não ter tido problemas com a biometria, ela achou importante a presença de cadeiras nas salas de votação, o que garantiu conforto para os idosos. "Acho fundamental votar para garantir uma sociedade democrática. Vivi a ditadura militar e esse é um período que não devemos voltar nunca mais", pontuou.

A aposentada Maria Elza Alves, 77, votou na Faculdade de Direito da Ufba, na Graça, e garantiu que sua seção estava num clima de muita tranquilidade. "Tive prioridade e espaço para sentar, além disso, minha atual seção é muito mais tranquila que a anterior a biometria", afirmou. Para ela, o único aspecto ruim foram as escadarias que dão acesso ao local.

O aposentado Renato Barreto, 76, sentiu dificuldades com as escadarias do Pavilhão de Aulas do Canela, mas tirou de letra o voto biométrico. "Rápido, tranquilo e confortável", assegurou.

Apesar de ter prioridade, o aposentado Osvaldo Luís Santos, 66, precisou apelar para o velho método de votar, uma vez que não conseguiu usar a biometria. "O aparelho teve dificuldade na leitura das digitais, mas, rapidamente, fui orientado quanto aos procedimentos e achei tudo muito organizado", afirmou o aposentado que também votou na Faculdade de Direito.