Brasil só tinha três estrelas na última eliminação para Argentina

Foi na Copa América de 1993, que também é o último título conquistado pelos hermanos

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  • Vitor Villar

Publicado em 1 de julho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Timothy A. Clark/AFP

Na última vez em que a Argentina eliminou o Brasil em uma Copa América, a camisa verde e amarela ainda carregava apenas três estrelas sobre o escudo. Detalhe: já era mais do que os argentinos possuem até os dias atuais.

Essa enchida de peito e esse orgulho brasileiro serão muito bem-vindos na terça-feira (2), quando a Seleção enfrenta os rivais capitaneados por Messi a partir das 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte.

Sim, torcedor: o mesmo Mineirão que nos fez questionar a soberania brasileira no futebol, há cinco anos, após a eliminação justamente em uma semifinal – só que de outra Copa, a do Mundo.

Antes de falar do estádio mineiro, porém, é preciso voltar ao que aconteceu na última vez em que a Argentina despachou o Brasil de uma Copa América. Foi no dia 27 de junho de 1993, pelas quartas de final da competição disputada no Equador.

O tempo regulamentar na cidade de Guayaquil terminou em 1x1, gols de Müller para o Brasil e de Leonardo Rodríguez para a Argentina. A disputa por pênaltis foi para as cobranças alternadas depois de todos acertarem.

Na primeira chance brasileira, Goycochea brilhou ao pegar a cobrança de Boiadeiro. Zetti não teve a mesma felicidade na cobrança seguinte, de Jorge Borelli. A Argentina de Alfio Basile seria campeã daquela Copa América ao passar da Colômbia na semifinal e do México na decisão.

O episódio de 1993 estará pulsando como nunca na mente de Messi e de todos os argentinos que entrarem em campo no Mineirão. Trata-se do último título conquistado pela seleção principal da Argentina. São 26 anos de um incômodo jejum.

O ano de 1993 é, também, um divisor de águas para a história da Seleção Brasileira. No ano seguinte, nos Estados Unidos, a equipe treinada por Carlos Alberto Parreira colocaria a quarta estrela do mundo no peito.

Ainda em meio a esses 23 anos de jejum da Argentina, o Brasil venceu quatro Copas América (em 1997, 1999, 2004 e 2007), quatro Copas das Confederações (1997, 2005, 2009 e 2013) e duas Copas do Mundo (1994 e 2002).

Freguesa? A mudança de patamar na rivalidade demonstrou-se, também, no retrospecto dentro da Copa América. Foram quatro encontros entre Brasil e Argentina depois de 1993, e sempre a Seleção Brasileira saiu vitoriosa.

Em 1995, outra partida pelas quartas de final decidida nos pênaltis, mas desta vez Taffarel fez a diferença e colocou o Brasil nas semifinais. Em 1999, de novo nas quartas, a Seleção mandou os rivais para casa ao vencer por 2x1.

Em 2004 e em 2007 os encontros foram na final. No primeiro caso, na edição disputada no Peru, o tempo regulamentar terminou empatado em 2x2 com Adriano fazendo o gol da igualdade nos acréscimos. Nos pênaltis, 4x2 para o Brasil.

E em 2007, um passeio na edição disputada na Venezuela: 3x0. Detalhe que, nas duas finais, o Brasil jogou com um time experimental, repleto de reservas.

Considerando que aquele duelo de 1993 terminou em empate, a invencibilidade da Seleção Brasileira na Copa América é de cinco partidas. A última vez em que o Brasil perdeu, de fato, para os rivais foi em 1991, um 3x2 no quadragular final, no Chile.

Uma curiosidade: quatro titulares do Brasil e quatro da Argentina não eram sequer nascidos no jogo de 1993: Marquinhos, Arthur, Everton, Gabriel Jesus; Foyth, Paredes, De Paul e Lautaro Martínez.