Cantor uruguaio Jorge Drexler faz show amanhã (17) em Salvador

Compositor, que reúne estatuetas do Grammy e do Oscar, apresenta turnê no Teatro Sesc Casa do Comércio

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  • Vanessa Brunt

Publicado em 16 de abril de 2018 às 20:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: divulgação

Vencedor do Oscar de Melhor Canção Original em 2005 por Al Otro Lado del Río, do filme Diários de Motocicleta, o cantor uruguaio Jorge Drexler volta ao Brasil depois de três anos para apresentar seu novo trabalho, intitulado Salvavidas de Hielo. Após passar por Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo, o artista chega a Salvador, nesta quarta-feira (17), às 20h30, para interpretar sucessos da carreira e inéditas do álbum atual, que é repleto de experimentações com baterias, loops, sintetizadores  e outros materiais. Com ingressos já esgotados, o show acontece no Teatro Sesc Casa do Comércio, na Pituba. Os preços estavam por R$ 180 para plateia e R$ 120 para o balcão, nos valores para inteira. Agora, porém, só contando com a sorte ou com a desistência de alguém para conseguir uma entrada.  O novo disco surge após o trabalho Baile en la Cueva,  produção que teve participação especial de Caetano Veloso e pela qual ganhou o artista dois Grammy Latinos (Gravação do Ano e Melhor Álbum de Cantautor), na categoria do Melhor Disco de Rock Latino, Urbano ou Alternativo. Premiações com as quais o cantor já 'está acostumado', afinal, ele foi, nos últimos anos, nomeado por três vezes consecutivas ao Grammy Awards, quatro vezes consecutivas aos Grammy Latin Awards e duas vezes ao Prêmio da Música Espanhola, com suas músicas sendo incluídas nas trilhas de inúmeros filmes. Ao participar do programa Conversa com Bial na última sexta-feira, Drexler afirmou sua paixão pelo solo brasileiro. "Me sinto muito em casa. Tenho sempre a sensação de que o Brasil abriu os braços para mim", contou, mostrando intimidade com a língua portuguesa e empolgação para passar por cada estado do país. Para o novo disco, Drexler mergulhou no universo da composição e escreveu as letras das 11 canções inéditas. E foi nesse momento que começou a experimentar e a intuir uma variedade de sons produzidos a partir de diversas partes do violão. Nas novas canções, o cantor fala de migrações, aborda a importância de desfrutar detalhes que parecem superficiais e trata da delicadeza das comunicações, além da necessidade do silêncio. "Não ganhei só a influência da música brasileira, mas descobri a vocação de ser músico com a canção Chega de Saudade. Ela me mostrou um tom de interpretação que eu ainda não conhecia", declara ao lembrar da composição de Vinicius de Moraes.   A paixão pelo Brasil é correspondida por um amigo carioca de alma mineira, a quem Drexler chama carinhosamente de "mestre". Sobre a própria arte, o uruguaio explica, ainda, que sua poesia reflexiva não é intencional, embora coloque problemas atuais como tema: "Sento frente à folha em branco e as palavras vêm naturalmente. É saber dar valor às coisas que, mesmo não sendo eternas, são importantes e deixam uma marca forte nas pessoas", filosofa. Além de passar por cantos verdes e amarelos, o cantor passa também pela Espanha, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e toda a América Latina. No programa Conversa com o Bial, Jorge firmou ainda mais a sua relação com o Brasil ao pontuar, ainda, seu carinho por Milton Nascimento, que retribuiu.  "Conheci Jorge quando soube que ele ia cantar no Rio. Fui correndo até lá. Depois, fomos para casa e fizemos uma festinha", relembra Milton, bem-humorado.  Mas, quem disse que não existem vozes femininas nas inspirações e vida do cantor? Para o novo álbum, Jorge Drexler contou com a participação das vozes de três mulheres: as mexicanas Julieta Venegas e Natalia Lafourcade, e a chilena Mon Laferte.Serviço Sesc Casa do Comércio (Pituba) Hoje, às 20h30 Ingressos: R$ 180 (plateia) | R$ 120 (balcão) / Esgotados.