Chuva se antecipa à chegada do outono e surpreende soteropolitanos

Em um dia, bairro de Monte Serrat teve 24,9mm de chuva - 16 vezes mais que o mês de fevereiro inteiro

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 15 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Chuva forte foi provocada por frente fria, mas não deve durar muito (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O calor não ousou dar uma trégua. Mas, as famosas águas de março que anunciam o fim do Verão resolveram dar uma passada por Salvador seis dias antes do outono, a estação mais chuvosa para a cidade. Os bairros de Monte Serrat e Pituaçu, por exemplo, acumularam 24,9 e 19 mm de chuva, respectivamente, em 24 horas. Muito mais do que choveu em fevereiro inteiro. No ápice do calor, foi 1,55 mm de chuva em 28 dias.

Com tanta chuva de uma hora para a outra, a cidade teve pontos de alagamento, trânsito e muita gente tirando o guarda-chuva de casa. Segundo a Defesa Civil de Salvador (Codesal), até as 17h30 desta quinta-feira (14), foram 48 chamados: três alagamentos de imóveis, 16 ameaças de desabamento, quatro ameaças de desabamento de muro, 17 ameaças de deslizamento, duas árvores ameaçando cair, uma árvore caída, duas avaliações de imóveis alagados, um desabamento parcial e duas infiltrações. Não houve feridos.

As chuvas de março não viraram música à toa. É o mês em que começa o outono, estação em que mais se eleva a quantidade de chuva por aqui. “Está tudo dentro da normalidade. É um período de transição para o outono, que concentra a maior quantidade de chuvas e as chuvas mais volumosas em pouco tempo”, explicou a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Cláudia Valéria.  O calor continuou, mas muita gente teve que tirar o guarda-chuva de casa nesta quinta-feira (14) (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Segundo ela, no entanto, os dias com cara de Verão, ainda duram um pouco mais, antes de darem lugar ao tempo nublado e chuvoso, característico do outono, que começa na próxima quarta-feira (20) e vai até o 21 de junho. 

Entre março e junho, Salvador deverá ter as chuvas mais significativas do ano. Geralmente, elas começam a aumentar na segunda quinzena de março e seguem até o meio do ano. Em média, a quantidade de chuva acumulada entre no período varia de 156,8 mm a 295,7 mm. 

As chuvas nesse período, podem ser provocadas por diversos fenômenos meteorológicos, como  frentes frias e a própria umidade do ar. Foi o que aconteceu nesta quinta-feira (14). “Por conta do calor associado ao Verão, e como aqui no litoral houve um número maior de dias sem chuva, uma umidade natural que vem do Oceano Atlântico encontrou com o calor gerando essas chuvas”, explicou Diva Cordeiro, meteorologista do Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Em alguns bairros, chuva passou dos 20mm - em fevereiro inteiro, foi 1,55mm de precipitação (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Diva explica ainda que essa umidade passou também pelos estados de Alagoas e Sergipe e que não deve ter muito mais dias de força. “A tendência é que daqui para amanhã (sexta-feira, 15), ela vai perder intensidade. Vai ficar parcialmente nublado, pode chover fraco, mas vai perder a força”, explicou.  

No interior do estado, a cidade de Feira de Santana também sofreu com a chuva. Ruas ficaram alagadas e calçadas foram danificadas.

Operação Chuva Nessa época, a Codesal realiza a Operação Chuva, que intensifica ações preventivas e de resposta aos possíveis desastres causados pela precipitação. Em 2018 foram feitas 6.581 vistorias e 3.098 atendimentos, segundo a Codesal. O objetivo é garantir a segurança da população, visando preservar vidas e reduzir desastres.

O decreto da Operação de 2019 ainda não foi publicado. Para a operação, a Codesal conta com 38 pluviômetros e sete sistemas de alerta e alarme, com oito sirenes que monitoram comunidades em áreas de risco. 

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro Chuva caiu seis dias antes da chegada do outono, estação mais chuvosa do ano em Salvador (Foto: Marina Silva/CORREIO)