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Paôla Reis não teria cumprido período de isolamento em Portugal
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2021 às 17:32
- Atualizado há um ano
A ciclista baiana Paôla Reis corre risco de sequer disputar uma vaga nas Olímpiadas de Tóquio após furar a quarentena de 14 dias que realizava em Portugal, para a disputa de um torneio preparatório para a Copa do Mundo de Verona, na Itália. Ela está no continente europeu para competir no ciclismo BMX, mas pode ficar fora da disputa.
Isso porque, de acordo com a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), a atleta abandonou a delegação, que cumpria quarentena exigida pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de Portugal. Segundo a publicação do blog "Olhar Olímpico", do UOL, a CBC conseguiu junto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) uma autorização para os atletas da seleção entrarem na Europa com a condição de cumprir 14 dias de quarentena na cidade de Sangalhos, para assim poder competir em solo italiano.
Segundo o ge, a ideia de Paôla era disputar a Copa Europeia nos dias 8 e 9 de maio, também na cidade de Verona, como forma de se preparar para a etapa da Copa do Mundo. Os também atletas da seleção Renato Rezende e Priscilla Stevaux bancaram as próprias passagens para chegarem antes na Europa e poderem cumprir a quarentena e competir na Copa Europeia. Paôla, no entanto, não conseguiu custear e seguiu o cronograma estabelecido pela CBC, que chegou dias depois ao continente e não planejava a disputa do torneio pré-Copa do Mundo.
Para conseguir ir à Veneza, a baiana pegou uma carona de carro com o ex-técnico dela, Leonardo Gonçalves, que atualmente treina o português Renato Silva. Para isso, ela teve que assinar um termo de responsabilidade, em que abria mão de compor a delegação da seleção.
O CORREIO tentou contato com a baiana, mas ela disse que prefere não se pronunciar ainda. Através do Instagram, ela criticou a Confederação. "A CBC está tirando minha oportunidade de classificar para os Jogos de Tóquio. Estou fora dessa etapa do Europeu e das etapas da Copa do Mundo mesmo pagando por conta própria. A CBC se recusou de enviar uma autorização para competir neste evento". A atleta também disse que fará uma live para comentar o assunto ainda nesta sexta-feira (30).
Há a possibilidade de Paôla ainda competir? O caso foi encaminhado ao Comitê de Ética e Integridade da CBC. Segundo a insituição, a baiana descumpriu os artigos 5º, III e IV, além do artigo 30 do Código de Ética da CBC. Ela foi intimada a depor em sessão a ser realizada no dia 3 de maio, segunda-feira. Além da atleta, o treinador Leonardo Gonçalves e o gerente de Alto Rendimento, Fernando Ruiz Fermino, também foram intimados a depor no caso.
Em comunicado, o Comitê de Ética confirma que a CBC não pode inscrever Paôla em qualquer competição até que o caso dela seja julgado. "Determinar, diante da gravidade dos fatos narrados e das provas produzidas, que a CBC se abstenha de qualquer ação relacionada com os investigados, notadamente atividades relativas à participação da atleta em eventos que dependam de inscrições, registros ou congêneres de representação nacional ou da CBC, até decisão final desse processo."
Caso seja punida, a baiana ficará de fora da etapa italiana na Copa do Mundo e corre o risco de também não disputar as etapas da Colômbia, que ocorrem no fim de maio. Caso dispute a competição em solo sul-americano, será a única chance de passar Priscilla Stevaux (20ª) e Julia Alves (36ª) no ranking. A baiana ocupa o 65º lugar, o que é insuficiente para ir à Olimpíada, visto que o Brasil tem direito a apenas uma representante nos Jogos por ocupar o sexto lugar do ranking Olímpico da categoria feminina do BMX.