Cinco segredos para ser promovido em menos de 1 ano

Confira as histórias e as estratégias de profissionais que conseguiram mudar de cargo mesmo com pouco tempo de empresa

 Alguns levam dois, três até cinco anos para conseguir uma promoção. Ou não, já que em tempos como este, de horizonte econômico ainda nublado, as empresas ficam com pés e mãos amarrados para conceder aumento salarial em função de mudança de cargo ou de reclassificação no plano de cargos.

Parece milagre, mas não é. O CORREIO conversou com cinco profissionais que conseguiram ser promovidos bem antes do que esperavam. Cada um fez uma aposta, e saiu vitorioso. Entre elas estão  disposição, envolvimento com o trabalho e também   capacidade de encontrar soluções.  

“O que é comum em profissionais que ascendem rapidamente é a capacidade de conciliar um entendimento acelerado do negócio no qual está inserido com a execução de suas atividades e rotinas. Essa receita garante entregas consistentes e resultados que se destacam”, analisa o gerente da recrutadora Michael Page, Marcelo Botelho. 

Competências

Entre os fatores que a empresa leva em consideração antes de promover o profissional estão a afinidade com a cultura empresarial e o próprio crescimento do negócio. “Por exemplo, em ambientes de startup, ser promovido a cada dois anos pode ser considerado lento, enquanto que em empresas de governança familiar mais tradicionais esse mesmo tempo pode ser considerado rápido”, considera. “Por isso é fundamental que o profissional encontre um ambiente organizacional permissivo para uma carreira acelerada”, completa. 

Vale a pena, ainda, ficar de olho nas ‘avaliações 360º’, como recomenda Botelho. “É cada vez mais comum ouvir toda a equipe para definir se um colaborador merece ser promovido, bem como dispor de fatos que o credenciem  a um novo cargo”. 

Ainda de acordo com ele, a carreira meteórica em um mundo cada vez mais mutável depende, justamente, da capacidade do profissional de se adaptar, de ser a pessoa certa no lugar certo. “Manter um nível elevado de entregas, mesmo quando são desafiados a se inserir em cargos, empresas e modelos de negócio diferentes. Estão sempre preparados para mudanças e reagem positivamente diante delas”, destaca. Como chegar lá? Confira a seguir.   

1. DISPONIBILIDADE Cristiane trabalhava na área de serviços gerais e hoje está na operação (Foto: Divulgação) A operadora da Aromarketing, indústria de perfumaria fina, Cristiane Freitas estava desempregada há mais de 1 ano quando foi contratada para atuar na área de serviços gerais. “Eu fazia meu trabalho de serviços gerais, mas sempre quando tinha uma oportunidade de ajudar em outra área, eu ajudava, principalmente a equipe de produção”, conta. Com três meses de contratada, ela foi surpreendida pelo chefe, quando a chamou para conversar e ofereceu uma vaga para fazer parte da equipe que cuida do envase líquido.

“Fiz o teste e estou aqui até hoje, graças a Deus. É preciso ter curiosidade em aprender além da sua função e mostrar na prática interesse por aquilo. Me candidatei à vaga de auxiliar de limpeza como uma oportunidade, mas já entrei na empresa sabendo onde eu queria chegar, que era voltar a trabalhar em uma indústria.

Enquanto eu estava limpando, eu via as meninas na produção e queria, na verdade, fazer isso também”, relata. Para ela, a dica para ser promovida é disposição e envolvimento.“Estamos sempre sendo vistos e observados, independente da atividade, por mais que a gente não perceba. Entregue o que a empresa quer de você”. 

2. SEJA A SOLUÇÃO Tiago era estagiário mas antes mesmo do final do contrato conseguiu uma vaga como auxiliar administrativo (Foto: Divulgação) “Aquele que resolve tudo”. É assim que se define o auxiliar administrativo na zeladoria do Condomínio Residencial Salvador Norte Tiago Alves. Após passar pelo curso de qualificação no Instituto João Carlos Paes Mendonça  de Compromisso Social (IJCPM), ele foi contratado para estagiar durante um ano  na empresa. No meio do contrato ele foi efetivado.

“Além ser auxiliar administrativo eu também  gerencio a operação de zeladoria. Logo que comecei, a empresa sinalizou que tinha interesse de me contratar antes mesmo do fim do estágio”, lembra. De estagiário a zelador e assistentente administrativo, o segredo do pulo, segundo Tiago, está não somente na habilidade de saber se comunicar e ser proativo, mas, sobretudo, na de  solucionar problemas.“É não esperar que o seu superior te passe um problema para ser resolvido, mas entregar, antes mesmo dele pedir, o problema solucionado”, afirma.E o reconhecimento rápido naõ tem nada a ver com “agradar o chefe”: “É um merecimento pelo seu esforço e dedicação na atividade que desempenha”, acrescenta. 

3. ACREDITE EM VOCÊ Após retornar à TIM, Paulo subiu de supervisor de loja para consultor de negócios (Foto: Divulgação) Depois de passar um ano fora,  Paulo Bittencourt retornou para a  TIM. Na volta, após seis meses, passou de supervisor de loja para consultor de negócios. “Tudo isso foi fruto de um amadurecimento profissional muito grande, aliado à visão dos meus gestores que enxergaram que eu era capaz e tinha total capacidade de assumir a vaga devido ao desempenho que eu exercia no cargo em que atuava antes”, pontua.

Assim que a vaga  surgiu, seu chefe escreveu para ele, sugerindo  para que concorresse à  seleção. “Eu não acreditei que passaria, mas ele me disse que acreditava no meu potencial e que não enxergava ninguém para a vaga a não ser eu”, completa Bittencourt. Essa credibilidade aumentou a confiança.

“Nós que trabalhamos no varejo somos desafiados diariamente. Todas as adversidades e obstáculos que encontramos no nosso caminho servem para nos mostrar e nos provar do que somos capazes de fazer quando acreditamos no nosso potencial”, acrescenta o consultor, que destaca ainda outra motivação:“Quando você gosta do que faz, você se dedica, se compromete, se doa, coloca a alma no negócio e é isso que faz a coisa andar, esse é o segredo”.

4. CONHEÇA A EMPRESA De vendedor, Luciano virou gerente na nova unidade da Oculum, no Shopping da Bahia (Foto: Divulgação) Foco no resultado: essa é a receita  do gerente Luciano Galvão, que conquistou a nova posição há menos de um ano. Antes, Luciano era vendedor na unidade da Oculum do Shopping Salvador. Com a abertura da nova loja no Shopping da Bahia, ele foi promovido a gerente.“Sempre foquei nos padrões da empresa, me destacando principalmente nos resultados. Nesse período, estive atento às novidades da Oculum e aos processos administrativos. Acho que entender a empresa como um todo, indo um pouco além do que meu cargo anterior demandava, foi um diferencial que me apresentou como boa opção para o cargo de gerência”, destaca.Outro conselho que Luciano pode dar é ter um comportamento positivo. “Sou visto como um colega e um profissisonal com quem a empresa pode contar sempre. (O que é isso?) É estar disponível para o que surgir, ter a vontade de vencer, a dedicação em fazer bem o trabalho que foi demandado e manter sempre o foco nos objetivos que a função exige”, completa. 

5. MOTIVAÇÃO Jefferson hoje é líder de segurança no Grupo CCR (Foto: Divulgação) Jefferson Silva entrou no Grupo CCR há três anos como agente de segurança, na Estação Pirajá. A motivação para correr atrás de uma promoção tinha nome, o filho Arthur ia nascer. “O fato de eu saber que ia ser pai me deu um gás a mais durante o processo. Precisava de uma remuneração maior. Então eu tracei minha estratégia”, lembra.

E o plano deu certo. Não por acaso, após nove meses, Jefferson foi promovido a líder de segurança. “Minha estratégia foi muito em cima de buscar ajudar os meus colegas, o que mostrou a habilidade de liderança que eu tinha”.

Há três meses, veio a segunda promoção. Jefferson agora é supervisor de segurança das estações Flamboyant, Trobogy e Bairro da Paz.“A maior concorrência é com você mesmo: em se sentir preparado para a função. Eu fico muito satisfeito quando um colega se vira pra mim e diz que também quer chegar onde eu cheguei”.