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Município já determinou o fechamento de bares, restaurantes e shoppings centers
Gil Santos
Publicado em 24 de março de 2020 às 05:35
- Atualizado há um ano
O comércio de rua pode ser o próximo pilar da economia a sofrer o baque dos efeitos da Covid-19. Nesta segunda-feira (23), o prefeito ACM Neto disse que não descarta a possibilidade de fechar lojas e outros estabelecimentos da capital baiana caso isso signifique barrar o avanço do novo coronavírus na cidade.
A declaração foi dada durante o anuncio do decreto que determinou o fechamento dos salões de bares e restaurante a partir desta quarta-feira (25). Shoppings centers estão com as atividades suspensas desde o fim de semana. Parques públicos, cinemas, teatros, e escolas foram os primeiros espaços a serem interditados no começo da pandemia.
“Agora, a única coisa que resta aberta é o comércio de rua. Nós estamos avaliando. Como venho dizendo, as medidas são tomadas de acordo com os protocolos e com as evidências fáticas. Se percebermos que a manutenção do comércio de rua em funcionamento é incompatível com a regra que estabelecemos de limite de pessoas transitando nas ruas, nós vamos fechar o comércio de rua da mesma forma. Essa medida está sendo analisada”, afirmou.
Comerciantes alegam que o movimento de clientes nas ruas caiu nas últimas semanas. Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindloja), Paulo Motta, março é um mês bom para o setor por conta das compras de volta às aulas, mas por conta da Covid-19 o faturamento desde o pós-carnaval caiu cerca de 70%.
“Esse ato do prefeito traz as preocupações sobre as capacidades das empresas funcionarem e com os emprego dos trabalhadores. Compreendemos que existem prioridades por conta desse vírus, mas existe o risco de superarmos o vírus e ficarmos sem negócios. As atividades econômicas estão ficando cambaleadas. Estamos sem perspectiva de como vai ficar a situação na cidade, no estado, e no país”, afirmou.
Atualmente, existe cerca de 12 mil lojas em Salvador que empregam aproximadamente 122 mil trabalhadores. Os comerciantes estão preocupados com as vendas da Páscoa e Dias das Mães, nos próximos dois meses, já que o novo coronavírus não da sinais de fraqueza e continua a avançar.
Confira outras ações anunciadas pela prefeitura
1. Salões de bares e restaurante ficam interditados por 15 dias, contados a partir desta quarta-feira (25). Será permitido apenas delivery e a compra no local;
2. Será criado um serviço de Call Center para concentrar todas as demandas sobre o novo coronavírus, como denúncias e orientações;
3. Proibição de atividades sonoras, como festas e paredões, dentro e fora dos estabelecimentos. Casas de shows também estão proibidas de funcionar;
4. Agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) e da Guarda Municipal farão rondas nos bairros. PM pode ser solicitada;
5. As rondas acontecerão nas principais ruas dos bairros, campos de futebol, praças e em todos os espaços públicos que possibilitem aglomerações;
6. A prefeitura vai usar 100 carros de som para conscientizar a população sobre as novas regras e sobre as ações voltadas para o enfretamento ao novo coronavírus;
7. Cinco Mercados Municipais que não oferecem mercadorias essenciais serão fechados para evitar aglomeração: Itapuã, Cajazeiras, Bonfim, Liberdade e Dois de Julho.
8. Lojas de Conveniências terão que se adequar às normas aplicadas aos bares e restaurante, ou seja, os produtos vendidos não podem se consumidos no local da venda;
9. Estão proibidas obras em prédios habitados, residencial e comercial, que não forem consideradas essenciais. A regra se aplica também as obras já em andamento;
10. Academias de condomínios devem ser interditadas até segunda ordem para evitar aglomeração de pessoas;
11. A prefeitura estuda fechar o comércio de rua e a decisão pode ser tomada ainda essa semana;
12. Templos religiosos terão que suspender atividades;
13. A meta do Município é gerar entre 200 e 250 novos leitos para pacientes com o novo coronavírus. A compra de respiradores está em andamento;
14. O decreto entra em vigor nesta quarta-feira (25), por 15 dias, mas pode ser prorrogado;