Conheça Paula Almeida, a modelo de Canavieiras que virou grafite nos EUA

Aos 24 anos, a jovem, que viaja para mais de dez países no mês, teve seu rosto grafitado pelo artista Fin DAC

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  • Rafaela Fleur

Publicado em 19 de junho de 2018 às 15:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Instagram

Conseguir falar com Paula Almeida (@itspaulaalmeida) exigiu dedicação. Primeiro, porque ela está bem longe de Canavieiras, município que fica a 421 km de Salvador, onde nasceu e morou até os 17 anos. Segundo, porque ela não tem muito tempo livre para conversar. Mora em Den Bosch, na Holanda, mas não faz ideia de quantas vezes viaja por mês. “Perco as contas, não sei mesmo. Deixa eu ver… acho que são mais de dez”, chuta, sem ter nenhuma certeza e garantindo que quase todas são para trabalhar. Numa dessas surgiu o convite para ser tema de um painel de grafite com 10 metros quadrados em Nova York.  Paula é agenciada pela Way Model, uma das maiores agências do país, desde 2012 (Foto: Aubrey Ndiweni/Divulgação) Ela não lembra exatamente onde foi. Precisa de tempo pra pensar. Depois de uns três minutos, entre silêncio e risadinhas de dúvida, vem a recordação. “Será que foi aqui em Londres? Meu Deus! É, acho que foi em Londres”, diz, por telefone, ainda duvidosa. A única convicção é que respondeu o e-mail do celular mesmo, aceitando o convite de imediato. A memória, finalmente, resolve colaborar. “Lembrei. Marrocos! Foi no Marrocos, com certeza!”, comemora. Agora é oficial: foi em solo africano que a baiana Paula ficou sabendo que teria seu rosto estampado na mais importante cidade dos Estados Unidos.  Perto do grafite, a modelo de quase 1,80 quase some (Foto: Reprodução/Instagram) Cadastre seu e-mail e receba novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, tecnologia, bem-estar, pets, decoração e as melhores coisas de Salvador e da Bahia:

A ideia, conta ela, veio do artista Fin DAC, que roda o mundo colorindo paredes com seus grafites gigantes. Para ter noção do trabalho do rapaz, basta dar um Google e ler alguns dos mais de dez milhões de resultados que aparecem sobre ele. 

Por trás do grafite Como toda modelo típica, Paula, que hoje tem 24 anos, sempre foi alta. Quase 1,80 m. Porém, ao lado da obra, ela mal aparece. “Fiquei muito emocionada, foi indescritível me ver ali”, comenta a moça sobre a arte que está estampada no Brooklyn, mais precisamente no Greenpoint, área alternativa e cheia de opções culturais da Big Apple. Paula em Nova Iorque, um dos seus destinos favoritos (Foto: Reprodução/Instagram) O tom de voz é animado e o sotaque confunde: é mais acentuado no ‘x’, um pouco carioca. Mas ela não admite a dúvida. “Que carioca, menina? Não, que é isso, não fala isso não! Eu sou baiana! Baiana demais, muito baiana”, garante ela, que fala rindo. E dá pra perceber que esse é o jeito dela de se comunicar. 

Quem via a moça caminhar pelos corredores do Colégio Adventista na infância percebia que era popular, cheia de amigos. E não é ela quem fala isso não. Sua mãe, Gil Almeida, confirma a extroversão da filha única. “Nunca gostou de ser mimada”, comenta ela, que é casada com Paulo Franklin, pai de Paula, há mais de 25 anos. O tempo passou e a empolgação permaneceu, se transformando em vontade de realizar um dos seus maiores sonhos: ser modelo.  Em Canavieiras, sua terra natal (Foto: Reprodução/Instagram) Sabe aquela história bonita de luta, esforço, superação? Esqueça. A primeira porta que Paula bateu, se abriu. “Nunca tive nenhum problema, não encaro nada assim, não tenho medo e sempre fui desse jeito. Se você pensar positivo, tudo se transforma”, aconselha ela, que venceu o primeiro concurso de modelos do qual participou, o DLN, em Ilhéus. Das 400 participantes, foi ela quem saiu de lá com contrato assinado com a Way Model, uma das maiores agências do Brasil. Além do contrato, um passaporte. O primeiro destino foi a África do Sul.  Paula pelas lentes do fotógrafo Edwins Freyer (Foto: Reprodução/Instagram) De lá pra cá, a canavieirense já esteve em campanhas e desfiles de marcas como Abercrombie & Fitch, H&M, The Body Shop e C&A. A primeira da lista foi clicada por Bruce Weber, um dos fotógrafos mais conhecidos no mundo da moda. Nas revistas, já posou para Vogue, Elle e Glamour. 

O primeiro desafio foi não saber falar nada - nada mesmo - em inglês. Dicionário e amigos brasileiros garantiram que a moça aprendeu a se virar em três meses. Entre os laços que ela criou por lá, está a também modelo brasileira Rafaella Consentino. Rafa e Paula são amigas há cinco anos (Foto: Reprodução/Instagram) Com 23 anos, Rafa, como gosta de ser chamada, conhece Paula há cinco. E quando começa a falar da amiga, ela não economiza elogios. “Com Paula é sempre uma alegria, ela espalha isso por onde passa, é muito de bem com a vida, o tipo de pessoa que todos deveriam ter por perto. O sorriso contagia”, descreve. A baiana confirma. “Sou zero tímida, muito sem vergonha! No melhor sentido, hein? Olha lá...”, repreende ela, comentando que namora e divide casa com o fotógrafo alemão Bart Dors há seis anos.  Paula caminhando pelas ruas de Nova Iorque ao lado do namorado e fotógrafo Bart Doors (Foto:Reprodução/Instagram) Quando questionada sobre momentos difíceis, tristezas e medos, a resposta de Paula é sempre a mesma: não tem. Para ela, tudo isso é questão de ponto de vista. O dela é sempre positivo. “Nunca vi um problema como um problema. Acontece quando tem que acontecer”, comenta. Além disso, Paula é vegana, não bebe refrigerantes e é fã de incensos - se for de palo santo (madeira aromática rara), melhor ainda. Sua casa tem uma planta em cada canto. Está lendo o livro Amar e Ser Livre, do guru Sri Prem Baba. “É muito bom, todos deveriam comprar”. A ligação é interrompida bem na hora da indicação. O resto não deu pra saber. Ela precisou desligar, estava atrasada para um compromisso.   Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: *Com orientação do editor Victor Villarpando