Conheça roteiro rápido para as Cataratas do Iguaçu: apenas duas horas

Após meia hora de caminhada chega-se a maior píer do parque

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 4 de agosto de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Donaldson Gomes

Um passeio de duas horas. Quem vai a Foz do Iguaçu e quer aproveitar mais do que as compras na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina – ou não tem tempo para gastar nos free shops da vida, como este que lhes escreve… – precisa ir às Cataratas.

Patrimônio da Humanidade, as águas que cortam os mais de 260 mil hectares do Parque Nacional do Iguaçu possuem atrativos suficientes para justificar, sozinhas, uma viagem até o Paraná, no Sul do Brasil. 

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As opções vão desde a trilha mais convencional, com um caminho bem construído, até outras pelo meio da reserva de Mata Atlântica. Há ainda passeios de bicicleta ou de barco, que percorre a imensidão do Iguaçu – é o caso do Macuco Safari, que não é barato (R$ 238,10), mas quem faz diz que vale a pena cada centavo pago.

No Macuco, o visitante tem a oportunidade de entrar em um bote inflável, chegar pertinho das cataratas e sentir a queda d´água caindo no próprio corpo. Detalhe: pra quem só tem 2h30 disponíveis, é necessário escolher entre o tour pela trilha ou o Macuco, já que no passeio se gasta, em média, duas horas.

O tempo livre definiu a escolha pelo caminho convencional. Em cerca de 20 minutos, percorre-se o trajeto entre um hotel em Foz e a porta de entrada do Parque Nacional do Iguaçu. O ingresso de acesso dá direito a percorrer o parque naqueles ônibus abertos, de dois andares, onde é possível conferir toda a paisagem do caminho.  

Isso dura mais uns 20 minutos de deslocamento dentro do parque. Todo veículo que roda pelo local recebe um aparelho de GPS para monitorar o respeito à velocidade máxima permitida por lá, de lentos 20 km/h. Afinal, a pista passa pelos caminhos da vida selvagem e ninguém quer atrapalhar os donos do pedaço.

“Você pode passar por um filhote de onça”, diz o aviso onde constam as informações necessárias sobre como proceder no caso de um contato próximo com o bichinho - ou com algum parente maior dele. Prevenir é sempre o melhor caminho e, neste caso, muito bom estar preparado. Mas nada de onça. 

Mesmo sem a aparição do grande felino, a natureza desfilou cheia de vida para os visitantes das cataratas naquela terça-feira de céu pesado, apesar da ausência da chuva. 

Dois tucanos cortam o céu. Quatis atravessam a pista sem pressa e fora da faixa de pedestres. Um gavião - ou águia, não se sabe ao certo - descansa na margem da pista entre um voo e outro. No retorno, o veículo ainda ficaria alguns minutos parado na via enquanto um cervo decidia se iria ou não atravessar. Melhor não, deve ter pensado antes de desaparecer no meio das árvores. Uma cotia! Nem nos deu bola... Vida que segue. 

No início da trilha, o guia oferece a capa de chuva – acessório obrigatório para quem não quer se molhar muito. Ou para quem não tem um celular à prova de respingos d'água. São aproximadamente 4 quilômetros de caminhada. A trilha é bem sinalizada e permite a alegria dos visitantes entre uma clareira e outra, quando se enxerga cada vez mais perto a imensidão de águas que em alguns minutos veremos de perto. 

O som das Cataratas do Iguaçu lembram o Serrano, em Lençóis, na Chapada Diamantina, quando o rio está cheio. A diferença é que em Foz é como se você tivesse colocado o fone de ouvido no volume máximo. O lugar tem aquele cheiro de terra molhada e no meio do trajeto a sensação é a de que dificilmente o final do percurso vai conseguir trazer algo novo ou surpreender, tamanho o encantamento durante toda a caminhada.

Não há pressa. Cada píer mostra um ângulo novo. Em determinados momentos, a atenção se volta para os bichos, que seguem se exibindo. Não há uma subida ou descida muito inclinada, mas as escadas estão por quase todo o caminho e serão um obstáculo para pessoas com dificuldade de locomoção. Neste caso, a melhor solução é se deslocar até o final da trilha, onde um elevador garante o acesso à maior cachoeira.

Após meia hora de caminhada chegamos ao maior píer. De cara para as cataratas, foi construído para deixar os visitantes próximos à metade do Rio Iguaçu. Alguém passa dizendo que está com medo de ir até o final. Besteira, a estrutura é robusta, construída com o mais puro concreto e está bem cuidada.

À medida que a caminhada avança pelos 300 metros finais, em um cálculo de olhômetro, a água começa a vencer a capa de chuva. O vapor providencialmente frio encontra caminhos. Os óculos estão ensopados após alguns minutos naquele lugar, contemplando a imensidão das águas.

Volto para o carro com o som das cataratas na mente e de alma lavada. 

Serviço Horário de funcionamento do Parque Nacional do Iguaçu: das 9h às 17h Ingresso: R$ 46  Macuco Safari: R$ 238,10 Capa protetora: R$ 16

* O jornalista viajou a convite da Neoenergia