Corpos de vítimas de chacina serão sepultados em Camaçari

Famílias estão assustadas com o crime

  • D
  • Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2018 às 14:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

Os corpos de dois dos quatro jovens que foram assassinados na chacina de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, no domingo (1º), foram liberados do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues no fim da manhã desta segunda-feira (2). Alcimar Leonel Vila Nova, 28 anos, e Ítalo José de Azevedo Araújo, 22, serão sepultados no Cemitério Jardim da Eternidade, em Camaçari.

Alcimar, Ítalo, Jailson Ferreira dos Santos Júnior, 17, e Rodrigo Marcelo Silva de Oliveira, 19, participavam de uma festa do tipo Paredão quando foram surpreendidos pelos assassinos. As vítimas estavam na Rua Acajutiba, a principal via do bairro Gleba C, quando homens encapuzados chegaram atirando ao local em um veículo.  Curiosos observam o trabalho dos peritos (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Um dos tios de Rodrigo conversou com o CORREIO e contou que a família ainda não sabe o motivo do crime. Ele disse que todos estão assustados com a violência com que tudo aconteceu e pediu para não ser identificado. Rodrigo é o caçula de três filhos e morava com os pais e um dos irmãos no bairro de Piaçava, também em Camaçari.

"O pai dele tem uma loja de consertos de aparelhos eletrônicos e eles trabalhavam juntos. A gente ainda não sabe o que aconteceu. Soubemos o que todos já sabem, que homens armados atiraram em algumas pessoas durante uma festa. Espero que a polícia resolva esse caso", contou.

A família mora no mesmo bairro há mais de 20 anos. O tio disse que não conhece os outros três jovens que morreram junto com Rodrigo, mas acredita que eles eram amigos. Os corpos dos dois jovens devem ser liberados na tarde desta segunda. A festa foi realizada após um ‘baba de saia’, tradicional durante a Páscoa, no Gleba C. Corpos foram liberados no final da manhã (Foto: Gil Santos/ CORREIO) Familiares de outras vírimas, que chegaram ao local do crime pouco depois do ocorrido, também disseram estar surpresos. A irmã de Alcimar contou que não sabia que o jovem estava participando da festa. "Me contaram que, nessa festa, teve uma briga e que ele estava envolvido. Foi quando me contaram que ele tinha morrido”, afirmou ela, no dia do crime. 

Já o tio de outra vítima disse que a família não sabe o motivo do crime. “A gente ainda não sabe de muita coisa, só que foi um crime bárbaro e sem nenhum motivo. A família está devastada”, contou.  Marca de tiro em porta de estabelecimento no local do crime (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Investigação O crime aconteceu por volta das 13h, e cada vítima foi atingida por um ou dois tiros. A polícia suspeita que os quatro mortos tinham envolvimento com tráfico de drogas porque usavam tatuagens que, segundo os investigadores, teriam elo com facções criminosas.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Camaçari. O CORREIO ainda não conseguiu contato com a unidade, mas a assessoria da Polícia Civil informou que ainda não há novidades sobre a investigação nem suspeita de autoria do crime. 

Depois de serem baleados, os jovens foram atendidos por agentes do 12º Batalhão da Polícia Militar de Camaçari e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiram aos ferimentos.

Moradores que presenciaram o crime contaram que os atiradores se direcionaram às vítimas. “Cada um dos encapuzados foi direto para uma vítima. Parecia que eles já tinham os alvos certos. Foi tudo muito rápido”, contou uma das testemunhas. Um dos tiros chegou a atingir um estabelecimento comercial da região. Havia cerca de 100 pessoas no local, houve correria, mas ninguém ficou ferido.