Creche em Itapuã recebe alimentos arrecadados no Afro Fashion Day

Creche Escola Projeto Sião, em Itapuã, acompanha 120 crianças e recebeu parte dos 900 quilos de alimentos arrecadados durante o AFD

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  • Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2018 às 14:17

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos de Renato Santana

Com muita animação e sorrisos, as 120 crianças acompanhadas pela Creche Escola Projeto Sião, em Itapuã, em Salvador, receberam, hoje, parte dos 900 quilos de alimentos arrecadados durante o Afro Fashion Day, projeto do CORREIO em homenagem ao Mês da Consciência Negra.

Para Fábio Góis, Gerente de Marketing, Projetos e Mídias Digitais do CORREIO, que esteve presente na instituição para fazer a entrega da doação, o momento sintetiza “a força mobilizadora de fazer o bem” que o evento proporciona. “O Afro valoriza a moda e o empreendedorismo, mas tem, sobretudo, um cunho social em tudo isso. E é dentro desse ideal que fizemos a parceria com a Mesa-Brasil: para incentivar o público a doar alimentos”. Uma das salas de aula do projeto Sião, em Itapuã “O projeto Sião recebeu um kit com cerca de 125kg e outras seis organizações receberão o restante. Começamos a parceria com o Afro ano passado, que chega para apoiar o programa, idealizado e realizado pelo SESC e existente em todo o Brasil, tendo como missão diminuir o desperdício de alimentos e combater a fome, além de atender instituições sociais também com ações educativas e cursos e apoiá-las em seus desenvolvimentos”, afirma Juliana Fontes Guimarães, nutricionista da Mesa-Brasil em Salvador.

Gesto de amor De acordo com a assistente social Laiane Pereira, que trabalha no Sião com as crianças de 1 ano a oito anos, doações como essa são fundamentais, pois o local funciona apenas com apoio da comunidade e de voluntários. “90% das crianças ficam em período integral, das 7h às 17h. O projeto atua com capoeira e artesanato. A gente faz parceria com outros serviços e um vai ajudando o outro. O que a gente recebe não é suficiente pela quantidade de crianças e funcionários. Tem crianças também que não têm alimentação em casa. E aqui não há distinção, todos comem a mesma coisa”, conta. A casa onde funciona o projeto Sião O projeto foi fundado em 2003 por Maria Laura da Conceição. “O espaço era de uma instituição antiga, fundada em 1986. Faliu, ficou abandonada, fechada. O trabalho parou. Não era creche, era só escola. E em 2003 eu resgatei isso. Como moradora da comunidade há 37 anos, via as necessidades das mães, o sofrimento de irem trabalhar e não terem com quem deixar seus filhos. E montei com muita luta”, conta a responsável pela creche que, mesmo sem concluir os estudos, garante: “não precisa formação para fazer o certo”. “Essa parceria com Mesa Brasil e o Afro Fashion Day é de suma importância para nossa instituição. Nós não temos recursos e aí vivemos de doações de parceiros, pessoas amigas que nos ajudam e que têm sido braços fortes para nós. Sem alimentação como vamos manter essas crianças aqui?”.

E é a partir de gestos de cuidado como os de Lilian Magalhães Alves, estudante de pedagogia e a irmã Cristiane Magalhães de Medeiros, voluntárias há dois anos, que o Sião segue a existir. “Sempre que chegamos aqui somos recebidas de braços abertos e trazemos trabalhos para fazer aqui e as crianças aceitam. Hoje, viemos fazer alimentação saudável. Trouxemos frutas”, contam as duas, que são moradoras da comunidade. “O que nos motiva a contribuir com a organização é que é um bairro muito carente dessas coisas”.

O AFD tem apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, apoio do Salvador Shopping, Sebrae, Vizzano, Museu Du Ritmo e Impacto Visual e parceria com O Boticário, Clube Melissa e Edy Diamonds.

*Colaborou para o CORREIO