Curtas também estão em mostra competitiva no Panorama

São 16 filmes nesse formato, sendo quatro baianos

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  • Roberto Midlej

Publicado em 27 de outubro de 2018 às 08:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: divulgação

Houve um tempo em que a exibição de curtas-metragens no Brasil era obrigatória antes dos longas. Com o fim dessa determinação, tornou-se cada vez mais difícil assistir a esses filmes, que, muitas vezes, marcam o início de carreira de muito cineasta.

Por isso, os festivais se tornaram um importante meio de distribuição dos curtas. No Panorama, há uma premiação específica para essa categoria, a Competitiva Nacional de Curtas, em que 16 produções concorrem. São quatro filmes baianos - 11 Minutos, de Hilda Lopes Pontes; As Balas que Não Dei Ao Meu Filho, de Thiago Gomes; A Praia, de Pedro Maia; e Orgulho, de Ricardo Sena - e outras 12 de oito estados.

Hilda Lopes Pontes já esteve no Panorama no ano passado, quando concorreu pelo curta Estela, que ganhou menção honrosa. Pelo mesmo filme, Paula Lice ficou com o prêmio de melhor atriz. “Os curtas dependem muito de festivais, porque eles têm pouca chance de distribuição e, se não fossem eventos como o Panorama, esses filmes cairiam no limbo. Além disso, os festivais são importantes para que os diretores façam contato uns com os outros”, diz Hilda. A Praia, de Pedro Maia (foto: divulgação) O filme de Hilda, 11 Minutos, é um horror sobre o assédio sofrido pelas mulheres. “O título é ‘11 Minutos’ porque a cada 11 minutos uma mulher é violentada no Brasil”, observa a diretora. A produção foi realizada de forma independente e parte dos recursos foi obtida por meio de crowdfunding. 

Como de praxe no Panorama, a exibição de cada longa da Mostra Competitiva será precedida de dois curtas que também estão em competição. Rafael Saraiva, um dos curadores do evento, avalia a importância desse formato: “Muitas vezes, o curta é a porta de entrada para cineastas. Além disso, o formato permite mais experimentação. A ‘vida útil’ dos curtas em festivais é de mais ou menos um ano. Depois, ficam disponíveis em sites, mas a experiência de assistir num festival é diferente”.

Competitiva Nacional traz diversidade ao Panorama