Daniel é atendido por torcida, mas sai da Fonte Nova com gosto amargo

Pela primeira vez, lateral não venceu com a Seleção jogando em Salvador

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 19 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Lucas Figueiredo/CBF

Quem esteve na Fonte Nova na noite de terça-feira (18), antes mesmo de entrar no estádio, sabia que o clima seria diferente. Bandeiras e camisas verde e amarela tomaram conta do Dique do Tororó. Cantoria e batucada lembravam as conquistas brasileiras. Era a torcida atendendo ao pedido de um ídolo, um filho da terra. 

Pela quarta vez na história, Daniel Alves voltou a jogar na Fonte Nova vestindo a camisa da Seleção Brasileira. Ali, onde 18 anos antes debutara com o azul, vermelho e branco do Bahia, o agora não mais menino de Juazeiro carregava o peso dos 39 títulos conquistados na carreira - recorde mundial - e a braçadeira de capitão da Seleção. 

O lateral pediu o calor e axé dos baianos. Foi atendido. O clima frio da estreia em São Paulo ficou para trás. Mas, como bom baiano, Daniel sabe que não é fácil agradar a torcida. Em pouco tempo o apoio se transformou em vaias e em clima de frustração. Não que Daniel não tenha corrido, se esforçado. Longe disso, mas o torcedor esperava mais do que um 0x0 contra o time ajustado da Venezuela.

E o baiano da Seleção sabe disso. "Sempre vou frisar que é um prazer voltar à Bahia, jogar na Fonte Nova. Falei que iria haver um clima diferente, houve um clima diferente, a torcida participou bastante, e no final a cobrança normal. O resultado não veio, para a gente existe a cobrança, trabalhamos por resultados, vivemos por resultados", tentou explicar o lateral logo após o jogo. 

A frustração das arquibancadas foi para Daniel um pouco mais amarga do que para os outros atletas. Em sua casa, o jogador só tinha ganhado. Chile, Itália e Peru foram vítimas. O empate por 0x0 com os venezuelanos tirou os 100%. E tirou também a chance da classificação antecipada do Brasil para as quartas de final da Copa América. 

Mas calma, torcedor. Apesar do grito de gol entalado na garganta pelos três tentos anulados diante da Venezuela, nada está perdido. O sonho da Seleção em voltar a conquistar a América, o que não acontece desde 2007, segue vivo nas jogadas do obstinado Daniel. 

Aos 36 anos, ele nem pensar em parar. Mira a Copa do Mundo de 2022 no Catar, mira fazer história. Dani Alves já tem a Copa América no currículo, com gol na final e tudo, mas, este ano, tem a chance de dar aos baianos o primeiro capitão campeão com a amarelinha.