Delegado ouve PMs em inquérito que investiga sumiço de adolescente

Ao todo, 15 testemunhas foram ouvidas pela Polícia Civil

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  • Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 09:01

- Atualizado há um ano

Dois policiais militares foram ouvidos nesta quarta (19) pelo delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, titular da 12ª Delegacia (Itapuã), no inquérito que investiga o desaparecimento do adolescente Davi Fiuza, 16 anos, em São Cristóvão, no dia 24 de outubro. Outros policiais militares serão ouvidos hoje.

O delegado contudo não informou o teor dos depoimentos, as patentes ou a qual companhia pertencem os PMs ouvidos por ele. Ao todo, 15 testemunhas foram ouvidas pela Polícia Civil. “Até o momento, nenhuma testemunha confirmou a ligação entre alguma operação da Polícia Militar e o sumiço do garoto, mas sabemos que tem a reserva de que eles podem ter medo de falar”, afirmou Antônio Carlos.Davi Fiuza desapareceu no dia 24 de outubro (Foto: Reprodução/ Facebook) Testemunhas contaram à mãe de Davi, Rute Fiuza, que o garoto foi levado durante uma operação da  49ª CIPM (São Cristóvão) na Rua São Jorge,  em um carro despadronizado. Rute prestou depoimento, ontem, no Ministério Público da Bahia (MPE), em Nazaré.

Segundo o advogado da família, Luciano Freitas, o depoimento foi apenas para que o MPE pudesse tomar conhecimento formal do fato e não alterou o andamento do processo. Ele contou que ainda não teve acesso às imagens das câmeras de segurança que registraram a abordagem policial na qual Davi teria desaparecido.

“Não entendi a demora da Corregedoria da PM em fornecer essas imagens. Já solicitei, mas ainda não tive acesso. Estou aguardando o avanço das investigações da Polícia Civil para conseguir novas informações”, contou Freitas.

O delegado, que assumiu as investigações depois de a Corregedoria da PM passar o caso para a Polícia Civil, afirmou que nenhuma imagem registrando a suposta relação entre uma operação da PM e o desaparecimento de Davi foi encontrada até agora.

No último dia 11, a Corregedoria da PM divulgou nota informando que não foram encontrados “elementos consistentes da participação de policiais militares no desaparecimento do adolescente” e que imagens de duas câmeras “não captaram nenhum crime como o narrado pela denunciante (mãe de Davi)”.

No mesmo dia, Rute foi ouvida na Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia e procurou a Secretaria da Justiça e Direitos Humanos para entrar no programa de proteção a testemunhas do estado.

O processo de adesão ao programa está em andamento. Hoje, um protesto está marcado para as 9h na frente da Governadoria, no CAB. 

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