Dirigido por Wagner Moura, “Marighella” terá sessões especiais em Salvador

Longa traz Seu Jorge como guerrilheiro que se tornou o principal inimigo da ditadura militar brasileira

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  • Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2020 às 17:17

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Primeiro longa-metragem de Wagner Moura como diretor, ‘Marighella’ terá sessões especiais em Salvador, entre 19 (próxima quinta) e 25 de novembro, no Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha, durante a Semana da Consciência Negra.

O filme será lançado oficialmente em 14 de abril de 2021, após o adiamento por conta da pandemia do novo coronavírus. ‘Marighella’ estreia no Brasil após uma longa trajetória por importantes festivais mundo afora (Berlim, Seattle, Hong Kong, Sydney, Santiago, Havana, Istambul, Atenas, Estocolmo, Cairo, entre cerca de 30 exibições em países dos cinco continentes).                             O longa traz no elenco Seu Jorge interpretando o rubro-negro Carlos Marighella e tem nomes como Bruno Gagliasso, Luiz Carlos Vasconcellos, Herson Capri, Humberto Carrão, Adriana Esteves, Bella Camero, Maria Marighella, Ana Paula Bouzas, Carla Ribas, Jorge Paz, entre outros. ‘Marighella’ conta a história dos últimos anos de Carlos Marighella, guerrilheiro que liderou um dos maiores movimentos de resistência contra a ditadura militar no Brasil, na década de 1960.

Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Seu principal opositor é Lucio, policial que o rotula de inimigo público nº 1. Quando o cerco se fecha, o próprio Marighella é emboscado e morto - mas seus ideais sobrevivem nas ações dos jovens guerrilheiros, que persistem na revolução.   O filme tem produção da O2 Filmes e coprodução da Globo Filmes e Maria da Fé. A O2 é a única produtora brasileira cinco vezes indicada ao Oscar e está por trás de mais de 30 longas-metragens e mais de 30 séries para TV, acumulando prêmios nacionais e internacionais. Com Wagner Moura, já realizaram filmes como “VIPs”, “A Busca”, “Trash” – e agora o épico “Marighella”.   A distribuição é da Paris Filmes, líder em market share na distribuição de filmes nacionais e segundo lugar na venda de ingressos entre todas as distribuidoras na última década. Os lançamentos nacionais têm grandes destaques, como “De Pernas Pro Ar”, “Até Que a Sorte nos Separe”, “D.P.A: Detetives do Prédio Azul - O Filme”, “D.P.A. 2 - O Mistério Italiano” e "Turma da Mônica - Laços".

Entre os internacionais estão os premiados "O Lado Bom da Vida" e "Meia Noite em Paris", que tem a maior bilheteria de Woody Allen no Brasil, e os grandes sucessos “A Cabana”, “La La Land – Cantando as Estações” e “Extraordinário”.   Na página @marighella_ofilme no Instagram os fãs de cinema podem acompanhar a trajetória da produção do longa, que passou pela Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro.

Polêmica A estreia do filme estava prevista para o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, do ano passado. No entanto, faltando pouco mais de dois meses para a data,a produtora do longa enviou uma nota comunicando que a estreia estava cancelada no Brasil. Na época, a produção alegou que não conseguiu atender os trâmites da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Em entrevista ao UOL, Wagner Moura disse ter certeza de que o adiamento foi causado por questões políticas. "É uma censura diferente, mas é censura, que usa instrumentos burocráticos para dificultar produções das quais o governo discorda. Não há uma ordem transparente por parte do governo para que isso aconteça, no entanto já vimos Bolsonaro publicamente dizer que a cultura precisa de um filtro. E esse filtro seria feito pela Ancine", disse à coluna do jornalista Leonardo Sakamoto. 

O filme Marighella estava na lista de solicitação de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual. No entanto, meses antes da estreia, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) negou os pedidos da produção para o lançamento no país. Em agosto de 2018, a agência negou uma solicitação de ressarcimento no valor de R$ 1 milhão que foram investidos pela produtora O2 na realização do longa, e recusou o pedido de adiantamento de verba para a comercialização do filme no Brasil.