Dólar decola e já é vendido a R$ 4 nas casas de câmbio

Moeda americana fechou cotada a R$ 3,66 - maior nível desde 7 de abril de 2016

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  • Lucy Barreto

Publicado em 16 de maio de 2018 às 02:43

- Atualizado há um ano

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Com influências internacionais e de dentro do Brasil, o movimento do dólar tem sido marcado pela volatilidade, sobretudo desde o início de maio. Ontem, a moeda americana voltou a subir e renovou sua máxima no ano. No dia, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 3,6432 (+0,45%) e a máxima de R$ 3,6938 (+1,85%) - e acabou fechando quase no meio do caminho, com valorização de +0,99%, cotado a R$ 3,6627. Nesse valor, continua na maior cotação desde 7 de abril de 2016.

O giro no segmento à vista foi forte, de US$ 1,3 bilhão. Perto das 17h15, o dólar para junho subia 1,07%, a R$ 3,6753, com cerca de US$ 25 bilhões negociados - giro também mais forte que dos últimos dias.

“A verdade é que quem tentar entender o comportamento do câmbio por aqui minuto a minuto vai ficar maluco”, resumiu um operador.

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Nas casas de câmbio, o dólar já é negociado na casa dos R$ 4. Essa é a cotação para a compra da moeda pelo consumidor final em cartão pré-pago, já inclusos os 6,38% do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Em espécie, o dólar é vendido entre R$ 3,83 e R$ 3,91, já considerando os 1,10% de imposto.

Na véspera, a moeda dos Estados Unidos fechou em alta de 0,73%, a R$ 3,6275, no maior patamar em dois anos, mesmo com intervenção do Banco Central. Só nas últimas três semanas acumulou ganhos de mais de 5%. No ano, a alta é de 9,48%.

Títulos americanos

A valorização da moeda americana acompanhou o avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro do país, que subiu ontem acima dos 3%, segundo a Reuters. Eles são considerados o investimento mais seguro do mundo e, quando sua remuneração sobe, atraem recursos alocados antes em outras praças, como o Brasil.

Uma venda generalizada ("sell-off) nos mercados de renda fixa fez os juros dos títulos do Tesouro americano alcançarem máximas em sete anos e deflagrou uma onda de compra de dólares em todo o mundo, que afetou especialmente moedas emergentes, segundo o Valor Online.

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Além da alta no rendimento do título do Tesouro dos EUA, o mercado se ressente ainda de incertezas geopolíticas, do embate comercial entre China e Estados Unidos e da desaceleração da economia europeia.

No cenário interno, a principal influência sobre o câmbio tem sido a incerteza sobre as eleições de outubro.

Alta do dólar é internacional e Brasil não está imune, diz Guardia A alta do dólar no Brasil é um movimento internacional de fortalecimento da moeda americana, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, ontem, em Brasília. O ministro conversou com a imprensa após participar de reunião com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro, para discutir como o tribunal pode ampliar a capacidade de auditar os parcelamentos de dívidas tributárias e benefícios fiscais. “No curto prazo, é um movimento internacional de fortalecimento do dólar e o Brasil não está imune a isso”, disse o ministro.

“Vejo como uma tendência internacional de fortalecimento do dólar. Se nós olharmos para os países emergentes ou para as principais moedas, elas estão se desvalorizando vis-à-vis o dólar”, destacou Guardia.

Segundo o ministro, o governo deve manter a estratégia de ajuste fiscal para fazer frente à alta do dólar. “A melhor resposta do governo é persistir trabalhando no processo de consolidação fiscal, aumentar a produtividade, reduzir custos para tornar a economia brasileira mais eficiente. Temos um cenário de contas externas muito favorável, temos reservas internacionais, temos um pequeno déficit em transações correntes, que é amplamente financiável pelos investimentos diretos estrangeiros, a inflação está baixa, um processo de redução da taxa de juros”.

A alta do dólar ocorre mesmo com ajustes na atuação do Banco Central no mercado de câmbio. Na última sexta-feira, após o fechamento do mercado, o banco anunciou ajustes nos leilões de contratos de swaps cambiais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. O BC passou a fazer leilões com vencimento em junho e antecipou operações. Anteontem, o BC iniciou a oferta diária de rolagem de 4.225 contratos, com vencimento em junho. Além disso, passou a fazer a oferta adicional de 5 mil novos contratos ao longo do mês e não apenas ao final como previsto.

Dicas para comprar dólar mais barato

Comprar aos poucos Compre dólar aos poucos e não troque tudo de uma vez, dessa forma há como driblar as imprevisibilidades das taxas de câmbio. Além disso, poderá saber o melhor dia para compra e alcançar o valor desejado de maneira mais acessível.

Segurança Para garantir a segurança na troca do dinheiro é essencial optar por empresas e locais credenciados pelo Banco Central. Evite o “câmbio negro”.

Antecedência Nunca deixe para trocar a moeda na hora da viagem e no aeroporto, as taxas de câmbio são muito mais altas e nem sempre aceitam o real.

Pesquise A pesquisa é uma das partes mais importantes na hora da compra, independente da moeda. Pesquise em diversas plataformas e em vários dias para saber o câmbio mais baixo. O dólar pode variar em até R$ 0,20  de uma casa para outra.

Fonte: As dicas são de Pedro Henrique Rabelo, presidente da operadora WM Manhattan