Estudante de Direito morto a tiros era professor de jiu-jítsu e membro da Bamor

Ele foi enterrado com a bandeira do Bahia, nesta quarta (20), no Bosque da Paz

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  • Bruno Wendel

Publicado em 20 de março de 2019 às 15:52

- Atualizado há um ano

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Matheus tinha 33 anos e estudava Direito (Foto: Intagram/Reprodução) O amor pela família e pelo jiu-jítsu era tão grande quanto a paixão pelo Esporte Clube Bahia. E foi com a bandeira do time do coração estirada sobre o caixão que familiares e amigos se despediram do estudante de Direito Matheus Moura Cardoso, 33 anos. Ele foi encontrado morto na noite de segunda-feira (18), com marcas de espancamento e tiros, na Avenida Gal Costa, e foi enterrado na manhã desta quarta-feira (20), no cemitério Bosque da Paz, na Estrada Velha do Aeroporto. 

Leonardo Costa, 34, saiu de Brasília, onde mora, na companhia da esposa, para se despedir do primo Matheus. Emocionado, disse que ficou surpreso ao receber a notícia da morte."Ficamos arrasados com a notícia. Chegamos nessa madrugada e não sabemos de nada ainda, só que ele foi brutalmente morto e que a família está muito abalada, sem entender nada do que aconteceu”, disse ele. Primo de Matheus fala sobre paixão da vítima pelo esporte (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) Leonardo lembrou, ainda, que o primo era muito ligado à família e era apaixonado por esportes. “Ele era um trabalhador que tinha muito amor pela família. Sempre presente na vida dos pais, chegava junto com os dois irmãos. Era uma pessoa super querida também pelos amigos. Dava aula de jiu-jítsu, esporte que ele amava, e chegou a ser campeão em alguns eventos", conta ele.

O último encontro entre os primos foi há dois anos. “A última vez que o vi foi há dois anos. Vim para Salvador e estávamos todos na praia. Ele gostava de surfar. Eu e minha esposa ficamos na areia enquanto ele fazia as manobras. Adorava natureza. Hoje, fica a saudade de uma pessoa maravilhosa”, lembrou Leonardo. 

Louco pelo Bahia Matheus tinha uma grande paixão na vida: o Bahia. Segundo a família, o amor foi herdado do pai quando ainda era criança."Ele era apaixonado pelo Bahia. A paixão pelo Tricolor de Aço foi herdada do pai. Acredito que tudo isso não termina aqui. Fomos criados juntos. Era um irmão pra mim. Nos encontraremos todos um dia”, declarou o primo.No enterro, que aconteceu às 10h30 e reuniu cerca de 250 pessoas, Matheus recebeu uma homenagem da Torcida Organizada Bamor, da qual era membro. “Foi uma cerimônia muito emocionante. Ele era da Bamor e outros integrantes compareceram vestidos com a camisa do time, do jeito que ele gostaria de ser lembrado”, afirmou Leonardo.

Crime Sobre a investigação do crime, a assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que o caso é investigado pela DH Central, unidade do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), mas que inicialmente não dará informações para não prejudicar a investigação. 

Matheus estudava Direito na Universidade Católica de Salvador (Ucsal). De acordo com o irmão da vítima, Gabriel Moura Oliveira, 22, Matheus saiu de casa dizendo que visitaria um amigo, por volta das 20h. Como era um hábito do estudante sair à noite, a família não chegou a estranhar o fato de ele não retornar logo para a residência.

"Ele saiu de noite, umas 21h, e foi visitar um amigo. Ele sempre saía à noite, então era algo normal. Eu estava dormindo, quando uns amigos dele chegaram aqui em casa e interfonaram, aí me contaram o que aconteceu e fomos para a delegacia. Eles só falaram comigo, minha mãe não soube na hora", contou Gabriel ao CORREIO.

Matheus não era casado e não tinha filhos.