Explosão de bomba em mercado deixa mortos na Tailândia

Segundo o último balanço, três pessoas morreram em região que é palco de rebelião separatista muçulmana

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  • Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 08:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Três pessoas morreram nesta segunda-feira (22) na explosão de uma bomba em um mercado no sul da Tailândia, região que é palco de uma rebelião separatista muçulmana, informou a polícia.

Escondida em uma moto, a bomba explodiu no mercado de Pimonchai, no centro de Yala.

"O último balanço é de três mortos", declarou à France Presse o porta-voz das forças de segurança da região, Pramote Prom-in.

Há 24 feridos, que não correm risco de morte, de acordo com o hospital local. "Todos os feridos são budistas", indicou um funcionário do centro médico.

Entre os três mortos, dois são budistas, e o terceiro, muçulmano.

"Testemunhas explicaram que os suspeitos haviam estacionado o ciclomotor na frente de uma barraca que vendia carne de porco, 10 minutos antes da explosão", informou o policial encarregado de investigar o ataque.

Esse detalhe reforça a hipótese de um ataque da rebelião muçulmana, uma vez que os budistas, minoria nessa região, comem carne de porco, ao contrário dos muçulmanos.

"É o primeiro grande ataque no centro de Yala nos últimos dois anos", lembrou o policial.

Conflito separatista

Os ataques na região sul do país costumam ser emboscadas contra comboios militares, ou assassinatos contra pessoas consideradas cúmplices do poder central, como funcionários públicos, ou até mesmo professores.

O conflito separatista no extremo-sul da Tailândia, país de maioria budista, causou 235 mortes em 2017, número inferior ao registrado em anos anteriores, de acordo com a organização Deep South Watch. A maioria das vítimas era civil.

Embora não receba grande atenção da imprensa mundial, essa rebelião ocorre a algumas centenas de quilômetros das praias turísticas do país asiático. São cerca de 7.000 mortos desde 2004.

Nesta região, que fazia parte da Malásia até o início do século XX, a Tailândia realizou uma política de assimilação de muçulmanos indígenas.

Desde a chegada da junta militar ao poder após um golpe de Estado em maio de 2014, e apesar das negociações de paz paralisadas, os ataques são menos frequentes.