Exposição artística sobre a vegetação de Salvador estreia nesta terça (12)

A Caixa Cultural recebe pela primeira vez o pintor José Ignácio

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 11 de março de 2019 às 18:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Elias Dantas/Divulgação

A Caixa Cultural recebe, pela primeira vez, uma exposição do pintor baiano José Ignácio, que volta à cidade depois de duas décadas apresentando a maior exposição da carreira em solo brasileiro.

Chamada de Dentro do Mato, na Borda do Mar, a mostra que será aberta amanhã tem como referência a vegetação que cresce em meio à cidade de Salvador. “É uma vegetação que aparece nas encostas, esquinas e terrenos baldios. Em diversos bairros da cidade, é o dia a dia do baiano”, diz José.

O título da exposição também faz referência a um aspecto soteropolitano: a geografia da cidade. Por ter morado na ligação entre a Cidade Baixa e o Porto da Barra, Ignácio percebeu que na região não existia uma beira para o mar, e sim uma borda, separada por um paredão de pedra e vegetação. A partir daí, a inspiração para pintar o cotidiano em que cresceu se misturou com as técnicas desenvolvidas por José, que se considera “um pintor figurativo apaixonado pela abstração”. As obras de Ignácio variam entre a figuração e abstração (Foto: Divulgação)  Discípulo artístico de Mário Cravo e Carybé, Ignácio acredita que o ponto central da exposição não é apenas uma temática direta e simples, mas também o fato da galeria reunir obras com estilos mesclados: “O público que for curtir a exposição vai ver muito o caminho da pintura entre figuração e abstração. Uma conexão entre um e outro. Alguns quadros começam com um estilo e terminam com o outro”, conta.

Antes mesmo de se dedicar à pintura, José iniciou a carreira no mundo da arquitetura, onde teve a oportunidade de rodar por vários países como Dinamarca, Finlândia, México e Panamá. Durante esse tempo, a arte não foi o foco principal de José, o que motivou sua volta ao Brasil. “A volta para a Bahia foi para fazer arte em tempo integral e também para que meus filhos (que nasceram fora do país) possam ter uma referência cultural que eu tive daqui da Bahia”, explica. 

No tempo em que esteve fora, o pintor acredita ter adquirido um pouco de cada cultura, e atribui isso ao fato de ser baiano: “Não tem como você não ser afetado pela cultura de todos aqueles lugares. E o interessante de ser baiano é que nós somos as pessoas mais preparadas para andar pelo mundo, entrar em contato com essas culturas e nos encontramos nelas”.

*sob orientação da editora Ana Cristina Pereira