Exposição sobre Volpi merece visita

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  • Cesar Romero

Publicado em 2 de abril de 2018 às 06:37

- Atualizado há um ano

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No Museu de Arte Moderna da Bahia, no Solar do Unhão, a mostra intitulada Volpi que apresenta paisagens rurais e urbanas da década de 1940 e ainda pinturas das décadas de 1950, 60 e 70, nos quais predominam composições geométricas. A mostra é uma parceria entre instituições, com realização do MAM, apoio do Instituto Alfredo Volpi, Galeria Almeida & Dale e Paulo Darzé Galeria de Arte. A expo tem curadoria de Sylvio Nery e fica em cartaz até 1º de julho.

Sem dúvida, Volpi é o melhor artista brasileiro, o que mais se aprofundou em pintura, o que mais investiu seu olhar em descobrir cores e ajustá-las com maestria. Não tinha instrução acadêmica, mas uma profunda inteligência visual, que foi desenvolvendo com o passar do tempo. Antes Volpi trabalhou como marceneiro, entalhador, encadernador e era pintor de paredes, onde realizava frisos, florões e painéis decorativos nas paredes das mansões paulistanas. Volpi era extremamente tímido, falava pouco, nunca deu entrevista, nunca falou em público.

De início, seu único cliente era Theon Spanudis, crítico de arte e primeiro psicanalista brasileiro. Aos sábados, Theon ia a sua casa e comprava a produção de semana. Como era muito influente o crítico apresentou o artista a vários colegas e colecionadores e assim começou o prestígio e o mercado de Volpi.

Realizou sua primeira individual aos 47 anos de idade, e sua carreira deslanchou na década de 1950, quando adentrou no abstracionismo geométrico que tem como exemplares a série de bandeirinhas e mastros de festas juninas. Descobriu esse tema quando foi a Mogi das Cruzes no São João. O tema das bandeirinhas foi seu grande achado, quando de um retângulo, retirou um triângulo e surge o signo máximo de quase toda sua obra, seja através de junções, jogos de armar, soma, subtrações e permutações. Volpi foi acusado de repetitivo, acomodado com suas descobertas. Nunca se repetiu, era na sua placidez um inquieto.

Um dos exemplos máximos da genialidade de Volpi foi a pintura das Ogivas – A Construção da Catedral - em que o artista com um único desenho, pintou uma série de imagens completamente distintas uma das outras. Na exposição estão 33 telas, quase todos de pequenos e médios formatos, e não representam o melhor de Volpi. Todo artista tem em sua produção altos e baixos.

Dentro da mostra Volpi, ressalta-se obras primas como: Bandeiras e Mastros Noturnos (déc 60), Horizontais e Estruturados com Mastro (déc 60), em tons róseo–avermelhados, e Composição com Bandeirinhas em Ogiva (déc 70).

Volpi é essencialmente um colorista e isso fica patente na exposição. Merece ser vista.