Femadum consagra canções de Alisson Lima para o Carnaval de 2019

O festival lotou as ruas do Centro Histórico e homenageou o cantor e compositor Mateus Aleluia

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 10 de fevereiro de 2019 às 18:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva

O Nome da Rosa e Olodum Saladino. Guarde o nome dessas canções, pois no Carnaval deste ano, o bloco afro Olodum levará essas composições para as ruas. Em comum, está o autor: Alisson Lima, que neste domingo(10), venceu o Festival de Música do Olodum, o Femadum, levando para casa os troféus nas categorias Tema e Poesia. O segundo lugar ficou com a canção Perfume Olodum, de Sandoval Melodia e Gilson SM.

Com o largo lotado, o Festival homenageou o ex-integrante do grupo Tincoãs, o cantor e compositor Mateus Aleluia, que fez questão de prestigiar o evento e foi saudado pela banda Olodum com a canção Cordeiro de Nanã. O cantor Levi Lima também esteve no último dia do Festival, que começou no sábado (09).  O ex-integrante dos Tincoãs Mateus Aleluia (de branco) foi o grande homenageado da edição do Femadum em 2019 (Foto: Marina Silva) Ao todo, foram inscritas 96 composições, sendo 44 sambas tema e 52 poesias, com participações abertas para todo o Brasil. "O Femadum é um momento muito importante para o verão do Olodum. É neste evento que reacendemos a chama do samba reggae, descobrindo novos talentos e estimulando os jovens compositores a pensar nos nossos temas carnavalescos e com isso repensar a sua origem e a história da humanidade", enfatizou o presidente João Jorge.

Claramente impactado com a vitória, Alisson Lima, 38, chegou ao Olodum em 2014, através do Projeto Avante Subúrbio. Seu primeiro prêmio chegou um ano depois e, no ano passado, emplacou a canção Sereia como a música de carnaval do grupo. “Durante o ano passado, meu foco foi realizar essas composições. Hoje, o esforço foi absolutamente recompensado e as duas canções foram beber na ancestralidade negra que o Olodum sempre valoriza”, diz o compositor, que também possui um projeto de banda: O Terreiro, que foca em reggae e pop rock.  Alisson Lima também faturou o Femadum no ano passado e se diz recompensado (Foto: Marina Silva) Segundo Lima, O Nome da Rosa foi inspirado na obra homônima de Umberto Eco e foi buscar o uso da perfumaria usada pelos egípcios como roteiro para a composição. Já Olodum Saladino foi buscar inspiração no chefe militar e califa Saladino, conhecido por ter reinado em Jerusalém, numa proposta de respeito religioso com cristãos, judeus e islâmicos.

O Femadum foi criado em 1980 para divulgar a diversidade da cultura afro baiana e brasileira e dar oportunidade a talentosos artistas populares que buscam na cultura afro a sua fonte de inspiração, possibilitando a compositores, músicos e ao público em geral um reencontro com fatos da história do Brasil e do mundo, por meio de composições populares.

O evento contempla diferentes linguagens artísticas, a música no geral, passando pelo samba reggae criado pelo saudoso Mestre Neguinho do Samba, a literatura, artes plásticas e audiovisual. Este ano, o Femadum integra as comemorações dos 40 anos do Olodum, “As Duas Histórias – O Perfume das Rosas e Olodum 40 Anos”. .