Integridade e gestão de riscos

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  • Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O ano de 2020 deixará muitas lições e aprendizados. Não raro tem sido o argumento de que a imprevisibilidade dos acontecimentos justificaria a inevitabilidade das consequências. Trata-se, em grande medida, de um falso argumento. Os acontecimentos deste ano reforçam a importância da gestão de riscos nas organizações. A capacidade de resposta perante o improvável reside muito mais na existência de um processo ordenado e de uma cultura de gestão de riscos do que no mapeamento prévio e preciso de um evento específico que possa vir a se materializar.

A concepção e o funcionamento de programas corporativos de integridade não fogem a esta regra. Desenvolver e fortalecer uma cultura interna de comportamento ético é objetivo central de qualquer programa de integridade em uma organização. Toda atividade humana, no entanto, é passível de erros ou desvios, propositais ou acidentais. A probabilidade de ocorrência desses erros e desvios é fortemente condicionada pelo estágio de maturidade da cultura organizacional, mas também é influenciada pelo contexto da atividade, pelos atores envolvidos e pelas condições de contorno do ambiente institucional em que se insere.

Não é à toa que as principais legislações e padrões internacionais que servem de referência para a formulação de programas corporativos de integridade definem entre os pilares centrais para sua efetividade a existência de um processo orgânico e regular de avaliação de riscos, a atualização das respostas aos mesmos e o monitoramento de sua evolução lastreado em um dever de constante observação e diligência.

Entender os riscos e revisá-los regularmente é condição necessária para a correta identificação de prioridades e a alocação adequada de recursos destinados a prevenir, detectar e remediar ações e atitudes incompatíveis com os preceitos de atuação ética, íntegra e transparente de uma organização.

Esse foi um dos alicerces da transformação ocorrida na OEC nos últimos anos, envolvendo todos os níveis da empresa e considerando os riscos em diversas dimensões, por geografia, por projetos e por processos e atividades. Revisando regularmente os controles, monitorando seu funcionamento e endereçando os riscos residuais em uma estrutura ordenada de governança, incluindo visões diversas, colegiadas e independentes.

Após reconhecer desvios cometidos e celebrar acordos de leniência com autoridades de diferentes jurisdições, a empresa empenhou-se nos últimos quatro anos em um profundo processo de transformação que foi acompanhado, testado e substancialmente fortalecido com recomendações, por monitores independentes apontados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Na semana passada esse monitoramento foi concluído com sucesso, sendo um marco nesse processo de transformação e constituindo para a empresa um rito de passagem para uma nova fase.

O sentimento é de evolução e amadurecimento. Os avanços conquistados são permanentes e não param com a certificação dos monitores. Não há linha de chegada, pois estamos constantemente em busca da excelência dos nossos processos. Os compromissos assumidos estão incorporados à nossa cultura e são cotidianamente revelados nas ações de nossos Integrantes, materializando oportunidades para a construção de um futuro melhor.

Alexandre Baltar é Chief Compliance Officer da OEC (Odebrecht Engenharia e Construção S.A)