Momo? Perfil misterioso se espalha com 'desafio' pelo WhatsApp

É preciso tomar cuidado com contatos desconhecidos

Mais uma moda no WhatsApp pode colocar seus dados em risco. O Momo, um perfil misterioso que viralizou, tem gerado muita curiosidade, especialmente em crianças e adolescentes, mas deve ligar o alerta. A conta de telefone vem sendo repassada nos últimos dias entre usuários de WhatsApp como um desafio: "você tem coragem de se comunicar com ela?". A promessa é de conversar com uma espécie de personagem maligno.

O perfil usa a fascinação gerada por histórias de terror. Na foto do perfil, uma mulher de olhos arregalados, similar a uma personagem de filme. O número que é repassado usa o DDI 81, que é do Japão. Algumas pessoas inclusive dizem que receberam uma mensagem em japonês ao adicionar o contato, se apresentando como "L" - nome de um personagem do anime "Death Note". No desenho, uma entidade mata os que têm os nomes escritos em um caderno.

A foto é na verdade de uma escultura exibida em 2016 no museu Vanilla Gallery, de Tóquio. Com o nome "Guai Bird", é da artista Keisuke Aisawa, de uma empresa de efeitos especiais do país. O guai bird é um monstro tradicional do folclore chinês e japonês. Ele representaria uma ubume, lenda que trata de um fantasma de mulher que morreu na gravidez e a forma dela, que é similar a um pássaro. Essa personagem seria responsável, às vezes, por sequestrar crianças. 

Pode ser apenas uma brincadeira inocente, mas especialistas alertam para o fato de que o perfil pode ser usado como isca para conseguir dados pessoais. Mesmo se apenas começar uma conversa, pessoas mal intencionadas podem usar seu telefone e foto para tentar descobrir mais informações online. Como muitas crianças têm se interessado pela "brincadeira", podem acabar fornecendo mais dados, caso uma conversa seja realmente entabulada - há relatos divergentes sobre o que acontece quando se inicia um papo com Momo. Também é possível enviar links maliciosos que podem comprometer o telefone. Além disso, já estão sendo divulgado outros números, do México e da Colômbia, como sendo da personagem.

A dica é sempre tomar cuidado e não adicionar perfis desconhecidos no seu WhatsApp e controlar com quem seu filho está conversando. No ano passado, o fenômeno da Baleia Azul se espalhou pelas redes sociais exigindo que jovens fizessem desafios que muitas vezes chegaram a extremos como o suicídio. "Há um risco maior porque você tem o seu filho conversando com um estranho. O teor das mensagens não é sadio: a pessoa vai tentando buscar mais informações sobre a sua família. Mais tarde, estes dados poderiam ser usados em algum ataque mais completo, ao utilizar a confiança estabelecida com o jovem para pedir o número do cartão de crédito. Também poderia instá-lo a acessar um formulário com informações pessoais", disse ao Techtudo o especialista em segurança digital da Kaspersky, Thiago Marques.Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração, tecnologia, pets, bem-estar e as melhores coisas de Salvador e da Bahia: