No Dia de Irmã Dulce, missa solene celebra memória da religiosa

Fiéis de todas as idades participaram de festa litúrgica em santuário

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  • Nilson Marinho

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 18:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Osid/Divulgação

Foto: Osid/Divulgação Irmã Dulce, a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, já aflorando para a mocidade, mostrou o interesse para a causa que lhe faria amada e reconhecida em todo o país: a de ajudar os mais pobres. Carregou consigo, até seus últimos dias neste plano, a missão de cuidar do outro. Sua vida serve de inspiração para muitas pessoas e, nesta segunda-feira (13), é a data oficial de celebração de sua festa litúrgica. Ou seja, hoje é Dia de Irmã Dulce.

Para celebrar sua memória, uma missa solene foi realizada, pela manhã, no Santuário da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Largo de Roma.

A estudante Sophie Mendonça, 14 anos, entrou no templo no final da celebração atraindo os olhares dos fiéis que ali estavam presentes. As vestes e o olhar angelical da garota a aproxima ainda mais de Irmã Dulce. Sophie, assim como a beata, desde muito pequena já manifestava o interesse em ajudar a quem mais precisa.

Voluntariado A cada 15 dias - tem que ser sexta-feira, para não atrapalhar seus estudos -, a estudante vai até as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) realizar trabalho voluntário. A freira, por sua vez, recebia doentes no portão de sua casa, na Rua da Independência, no bairro de Nazaré, também durante a infância.

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A avó de Sophie também é uma voluntária das obras, uma das 130 pessoas que ajudam a tocar a missão de Irmã Dulce. Foi por meio dela que a estudante chegou por lá e hoje realiza atividades com crianças que estão no Centro Especializado em Reabilitação da Osid. Além dela, outras 40 crianças participam de atividades voluntárias, dando atenção aos necessitados e ajudando a levantar dinheiro para as boas ações deixadas por Irmã Dulce. "Eu falei com ela (avó) que também tinha interesse em ajudar. Por aqui, distraio as crianças que têm um determinado problema e que estão na sala de espera. Coloco alguns brinquedos e faço umas atividades", contou Sophie, durante o encerramento da celebração realizada pelo bispo auxiliar de Salvador, dom Gilson Andrade.Celebração Dom Gilson recebeu a tarefa de presidir a missa de última hora. Isso porque dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, que estava escalado para a celebração, teve que viajar para um compromisso em Brasília. "Essa celebração é um sinal de que a Irmã Dulce não morreu, está viva em nosso meio através das obras que ela realizou, mas também provocando a gente a sair daquela indiferença que, infelizmente, faz parte de muitas pessoas", comentou o religioso no fim da missa. Canonização Irmã Dulce, aliás, nunca esteve indiferente às mazelas da cidade. Foi tão bondoza que a ela creditam alguns milagres. No total, a Igreja Católica recebeu cerca de 100 mil relatos sobre milagres realizados por ela.

Três deles passaram a ser investigados e um levou à sua beatificação em 2010. Outro que pode dar à freira o título de santa está tramitando em segredo na sede da Igreja Católica no Vaticano."Se ela estivesse aqui, estaria feliz. Feliz por ver suas obras indo adiante com o apoio de toda a sociedade", disse uma das suas sobrinhas, a superitendente das Osid, Maria Rita Lopes Pontes.Ela espera que, em breve, o título possa ser concedido à sua tia. Mas, antes disso, a graça será avaliada por teólogos e cientistas. Depois, só o Papa Francisco, após uma reunião com os cardeais, pode dar a palavra final. 

Para o aposentado Sabino Oliveira, 71, também voluntário das obras, o Anjo Bom da Bahia já é uma santa. A Irmã Dulce ela atribui a cura de um suposto câncer que lhe acometia o intestino grosso.

Quando ainda era moleque, Sabino já ouvia falar sobre as ações da beata. Quando prestava pequenos serviços em uma oficina do bairro da Calçada, vez ou outra, a "freira pidona" ia ao estabelecimento pedir ajuda para realizar suas boas ações. Por vezes, recebeu o afago dela.

"Colocava a mão na minha cabeça. Também colocou quando eu, rezando, pedi a cura. Fiz a endoscopia, alguns exames e o médico, brincando, no final, disse pra mim: 'o que mais suspeitava aconteceu: você está curado'", lembrou.