No TCA, Taís Araújo falou sobre sua carreira e polêmicas em redes sociais

Atriz participou do Mulher com a Palavra

Talvez a atriz Taís Araújo ainda não tenha se dado conta, mas ela é hoje uma porta-voz das mulheres negras brasileiras. Essa era a opinião de boa parte do público que esteve ontem à noite no Teatro Castro Alves para acompanhar a participação da artista no projeto Mulher com a Palavra, em um bate-papo com a jornalista Rita Batista. (Foto: Betto Jr./ CORREIO) “Acompanho Taís desde quando eu era nova, pelos trabalhos dela como atriz ela é hoje uma voz das mulheres negras. Eu percebo que ela realmente estuda as questões negras”, disse a mestranda em geografia Evelen Santana, 23 anos.

Na abertura, Rita lembrou os chocantes números que envolvem a violência contra a mulher negra: “Nos últimos 10 anos, no Brasil, o número de mulheres negras assassinadas aumentou 54% e nosso país é o quinto maior em número de feminicídios no mundo”.

Taís lembrou de seu início como protagonista, ainda na TV Manchete, quando atuou na novela Xica da Silva, em 1996: “A repercussão sobre a minha nudez foi péssima. Estava em todos os jornais e revistas do país. Me senti violentada com a exposição que meu corpo teve”.

A atriz, que é formada em jornalismo, disse que, apesar de criar polêmicas nas redes sociais, não tem essa intenção: “Quando eu posto algum comentário, quero apenas comunicar algo. A polêmica pode resultar em agressão e não comunica. Não quero correr o risco de polemizar e não chegar a algum lugar”.

Falou também sobre um episódio aparentemente insignificante, mas que ganhou repercussão nas redes sociais: a recusa dela em comer um nhoque de abóbora preparado por Ana Maria Braga, no programa Mais Você. “Me chamaram de mal-educada, mas eu estava me sentindo em casa, vou no programa dela há muito tempo. Por que preciso mentir pra ela dizendo que como abóbora?!”.

A atriz carioca - que é casada com o ator baiano Lázaro Ramos - falou sobre a importância de alguns personagens de sua carreira, como a Helena de Viver a Vida, em 2009: “Aquele foi um encontro muito especial. Eu devo tudo àquela personagem, que me fez repensar minha carreira. Depois dela, percebi que quase tudo o resto que fazia, não tinha mais sentido”. Lembrou, ainda, Preta, personagem de Da Cor do Pecado, primeira protagonista negra de uma novela da Globo: “A novela representou muito para o Brasil e principalmente para as mulheres. Eu estava na Globo em papéis pequenos e Preta foi fundamental para minha construção”.