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Apesar de públicas, as informações muitas vezes estão descentralizadas, com linguajar técnico, ou de difícil acesso
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2018 às 07:36
- Atualizado há um ano
A disponibilidade em diários oficiais de dados das licitações brasileiras e contratos de empreiteiras com o poder público não impediu o desenvolvimento do esquema de corrupção deflagrado na Operação Lava Jato. Apesar de públicas, as informações muitas vezes não são acessíveis - por estarem descentralizadas, com linguajar extremamente técnico, ou de difícil acesso pelo público em geral.
É esse um dos pontos que o Instituto Observ pretende mudar ao criar uma plataforma online, aberta, que concentre os documentos das licitações de obras, traduza os requisitos do projeto e monitore os editais públicos. O projeto brasileiro teve sua primeira apresentação pública em Washington nessa terça-feira, 11.
Até então, as apresentações eram reservadas a convidados. Em uma sala que acomodaria 30 pessoas no Brazil Institute do think tank Wilson Center, cerca de 50 curiosos acompanharam a apresentação. O projeto é tocado pelo Instituto Ethos, a empresa de tecnologia JusBrasil, a consultoria de estratégia global Albright Stonebridge Group e o escritório de advocacia Barros Pimentel, que pretendem criar até novembro o instituto. A ideia é disseminar conteúdo sobre as licitações e estimular o engajamento da sociedade para melhorar as práticas atuais, combater a corrupção e buscar qualidade em licitações públicas.
A ideia começou a ser gestada dentro da Odebrecht, a gigante do setor que foi obrigada a pagar quase R$ 7 bilhões a autoridades públicas em um acordo de leniência depois do descobrimento do esquema de pagamento de propinas. O engajamento em projetos de combate à corrupção é uma das obrigações que a empreiteira se impôs como condições da leniência.
O objetivo das conversas nos EUA é levantar dinheiro para o projeto que deve custar R$ 10 milhões por ano. Até agora, fundações com verba para investir em combate à corrupção e empresas de diversos setores, como seguradoras, demonstraram interesse em financiar o projeto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.