Nutricionistas do Roberto Santos protestam contra comida ruim do hospital

Profissionais relatam até presença de insetos e atrasos na entrega da alimentação de pacientes e funcionários. Estado diz que vai apurar

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 22:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Daniele Rodrigues/GOVBA

Em nota pública divulgada nesta terça-feira (22), nutricionistas clínicos do Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula, manifestaram indignação pela má prestação do serviço de alimentação aos pacientes e funcionários da unidade. Segundo os profissionais, a comida é fornecida pela empresa terceirizada Sabore, contratada há quatro anos, e desde que assumiu o serviço, problemas que vão desde o aparecimento de insetos na comida à falta de entrega dos pratos aos pacientes vêm acontecendo.

As situações teriam se agravado no último ano e os profissionais relatam que chegaram num momento crítico em que, contrariando o planejado pela equipe de nutricionistas, os pacientes dificilmente têm recebido as refeições de forma segura e adequada para a melhora dos seus quadros clínicos de saúde, o que, consequentemente, estaria aumentando o tempo de internamento hospitalar.

Ainda conforme a nota, as dietas prescritas estão sendo descumpridas por falta de alimentos e itens básicos como arroz, leite, café, frutas, legumes, proteínas, talheres e quentinhas. Eles acusam a empresa de adquirir os produtos no mesmo dia do preparo e distribuição, o que provoca atrasos e “uma alimentação de péssima qualidade, preparada às pressas, mal cozidos, sem sabor, com insetos e corpos estranhos, que culmina em baixa aceitação dos pacientes e servidores”, denunciam.

Além disso, também relatam ausência de suplementos nutricionais e dietas oferecidas via sonda, o que estaria culminando em substituições incompatíveis com a necessidade dos pacientes. “Vale ressaltar, também, que o quadro de funcionários é insuficiente para atender adequadamente a unidade hospitalar, visto que ocorrem inúmeros atrasos e erros na execução da prescrição nutricional, fato este agravado ainda pelas paralisações decorrentes dos atrasos no pagamento dos salários”, continuam.

A classe diz que é comum observar funcionários da Sabore em difícil estado emocional,  apresentando-se “ansiosos, estressados, queixosos, insatisfeitos, chorosos e nos pedindo ajuda”, expõem. Os nutricionistas disseram que as situações problemáticas foram diversas vezes informadas internamente, mas sem solução para os casos.

Em resposta ao CORREIO, a assessoria de comunicação do Roberto Santos disse que o governo estadual investiu R$ 8 milhões em uma nova estrutura de cozinha e refeitório que deverá ser inaugurada nos próximos dias. A data exata não foi informada. Quanto aos questionamentos relativos à Sabore, o hospital disse que notificou formalmente a empresa e a auditoria do SUS e a Vigilância Sanitária do estado já estão apurando os fatos denunciados para averiguar e sanar as irregularidades.