O último penta: zagueiro Lúcio anuncia aposentadoria

Defensor encerra carreira aos 41 anos com 20 títulos conquistados

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 29 de janeiro de 2020 às 16:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Brasiliense/Divulgação

O zagueiro que parecia incansável pendurou as chuteiras. Prestes a completar 42 anos, Lúcio decidiu que é o momento de deixar os gramados. Campeão mundial pela seleção brasileira em 2002, ele é o último do elenco do penta a se aposentar. Após disputar as duas últimas temporadas pelo Brasiliense, o xerife fez o anúncio do encerramento da carreira no Globo Esporte nesta quarta-feira (29).

"É um dia especial para mim. Hoje eu encerro minha carreira como atleta profissional de futebol. Com muito orgulho, muita gratidão a Deus, gratidão ao Brasil, ao Rio Grande do Sul, à minha família, a todos que direta ou indiretamente me apoiaram durante esse tempo", disse Lúcio.

Foram 22 anos de carreira e 20 títulos conquistados ao redor do mundo. Além da Copa em 2002, faturou a Liga dos Campeões da Europa em 2010 pela Inter de Milão. Na Europa, jogou também na Juventus e nos alemães Bayer Leverkusen e Bayern de Munique. No Brasil, defendeu Gama, Internacional, São Paulo e Palmeiras.

Lúcio ganhou projeção no futebol após chegar ao Internacional, em 1997. Quando ainda se chamava Lucimar e atuava no modesto Guará-DF, ele levou uma goleada por 7x0 do colorado na Copa do Brasil, mas chamou atenção e foi parar nos juniores do time gaúcho. Velho conhecido da torcida do Bahia e atual técnico do Sport, Guto Ferreira era o treinador do time sub-20 do Inter naquele ano e foi o responsável por fazer a mudança: Lucimar virou Lúcio.

O defensor se profissionalizou no Internacional, por onde jogou até 2000, ano em que foi para o Bayer Leverkusen e só não levantou a Champions League de 2002 no time comandado por Michael Ballack por causa de um inspirado Zinedine Zidane, que decidiu a final com um gol antológico. 

Naquele 15 de maio de 2002, o Real Madrid abriu o placar no Hempden Park, em Glasgow, Escócia, com Raul logo aos 8 minutos aproveitando cobrança de lateral feita por Roberto Carlos. Mas nem deu tempo de comemorar e Lúcio apareceu imponente no meio da área para empatar o jogo. Em uma nova jogada de Roberto Carlos, Zidane deu um belo voleio que garantiu o 2x1 e a taça para o Real.

Mas aquele mesmo ano de 2002 daria a Lúcio a maior glória de sua carreira. Pouco mais de um mês depois de amargar o vice da Champions League, Lúcio estava no campo do Estádio Yokohama, no Japão, com a seleção brasileira, que venceu a Alemanha por 2x0 e faturou o pentacampeonato mundial. Até hoje, aquele foi o último título do Brasil na Copa do Mundo.

Com a camisa da seleção brasileira, o zagueiro de 41 anos ainda conquistou o bicampeonato da Copa das Confederações em 2005 e 2009. Ao todo, disputou 105 jogos pelo Brasil e marcou quatro gols.

Reviravolta europeia Lúcio teve que aguardar oito anos até ter uma nova oportunidade na final da Liga dos Campeões. Mas, em 2010, a taça ficou em suas mãos quando a Inter de Milão venceu o Bayern de Munique - time que defendeu de 2004 a 2009 e pelo qual foi tricampeão da Alemanha - em um jogo que marcou a volta por cima do zagueiro em cima de seu antigo clube.

Isso porque mesmo sendo titular e com oito títulos no currículo pelo time bávaro, Lúcio foi comunicado durante a Copa das Confederações de 2009 que não teria o contrato renovado. O Bayern alegou que estava em uma política de reformulação do elenco e daria prioridade a atletas mais jovens. A notícia chegou aos ouvidos de José Mourinho, na Itália, que mandou um contrato de três anos para ter o brasileiro no elenco da Inter. Uma aposta que deu certo.

Logo em sua primeira temporada, Lúcio chefiou a Inter na conquista da tríplice coroa: títulos da Liga dos Campeões, Campeonato Italiano e Copa da Itália. Pela equipe, também faturou o Mundial de Clubes e a Supercopa da Itália em 2010.

*Com supervisão do editor Herbem Gramacho