Obras do BRT alteram fluxo de veículos na Avenida ACM a partir de quarta (1º)

Orla e Avenida Mário Leal Ferreira são alternativas

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  • Nilson Marinho

Publicado em 31 de julho de 2018 às 11:23

- Atualizado há um ano

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A partir desta quarta-feira (1°), todos os 322 mil motoristas e 340 mil passageiros de ônibus e pedestres que trafegam pela Avenida Antônio Carlos Magalhães (ACM) devem ficar atentos para as mudanças no trânsito que acontecem por conta da construção de viadutos, elevados, ciclovia e corredores exclusivos de tráfego do BRT. Quem deseja acessar a região da Cidalela, por exemplo, só vai poder chegar lá via região da Polêmica, que fica a 300 metros. 

A velocidade também será reduzida de 70 km/h para 40 km/h em um trecho de dois quilômetros, de acordo com o superintendente de Trânsito de Salvador, Fabrizzio Muller. Essas mudanças temporárias são fundamentais para a segurança da população durante o período de circulação de veículos pesados e obras de grande porte e irão afetar principalmente a rotina de pedestres. "Todo o trecho que o motorista deverá reduzir será sinalizado a partir desta quarta-feira (1º). Haverá sinalização mostrando para o motorista. Isso será feito por causa do fluxo de veículos de grande porte que vai circular pela área", Fabrizzio.  As obras começam na Praça Newton Rique, próximo à Igreja Universal, e terminam nas proximidades da Comercial Ramos. Há, também, neste trecho, dois radares de fiscalização.

Já os pedestres devem estar cientes de que não será mais possível fazer a travessia próximo à ponte do rio Camarugipe, já que toda a área será revestida de tapumes.

 A travessia terá que ser feita pelas extremidades do tapume. Na pista marginal, os pedestres devem utilizar sempre, na área isolada, a calçada da direita. Isso porque o passeio da esquerda foi reduzido ao longo do canal para a colocação dos tapumes. 

Na Avenida ACM, pista principal, não haverá espaço de passeio para pedestres ao longo do canteiro do canal do rio, no sentido Lucaia. Ou seja, a circulação de pessoas estará proibida por segurança, já que as obras estarão ocorrendo dentro do canteiro e próximo à faixa de rolagem, e deve acontecer apenas na via marginal. Além da calçada, o tapume irá ocupar uma parte da pista principal.

No trecho entre a Igreja Universal e o Centro de Atenção à Saúde Professor Doutor José Maria de Magalhães Neto (Cepred), a calçada à esquerda da via marginal foi revitalizada e alargada, corrigindo problemas de ondulações e facilitando o trânsito de pessoas com mobilidade reduzida, sobretudo cadeirantes. Lombo-faixas foram implantadas para garantir a segurança de quem acessa o Cepred. 

Um ponto de ônibus que fica próximo à Igreja Mundia do Poder de Deus será realocado para uma parada já existente que fica cerca de 250 metros à frente. 

Para o empreendedor Paulo César Reis, 39 anos, as mudanças deixarão o trânsito mais lento do que de costume, mas, a longo prazo, pode trazer melhorias.  "É uma via que, em dias normais, já costuma ficar bem engarrafada, sobretudo no acesso à Cidadela. Mas, talvez, depois da conclusão, o trânsito possa desafogar", afirma.

O frentista José Irineu, 25, diz que o acesso pela Polêmica pode deixar o motorista um pouco confuso, já que poucos conhecem a área e o acesso à região não costuma ser feito por lá.  "À princípio, muitas pessoas podem fazer confusão, se perder, é uma área que não costuma ser muito segura", diz. A entrada da Polêmica fica ao lado de uma revendedora de pneus.

De acordo com a Transalvador, a Orla e Avenida Bonocô são alternativas para quem não quer trafegar pela ACM.

O que será construído No primeiro trecho de intervenções para a construção do BRT, que terá a capacidade de transportar até 31 mil pessoas por hora, serão elevados dois viadutos nos acessos ao Parque da Cidade e à Cidade Jardim, dois na área do Hiperposto e um elevado no Iguatemi para que haja uma integração entre o BRT e a estação do metrô do Iguatemi.

Duas faixas expressas também serão criadas em ambos os sentidos da avenida. Por ela, os veículos poderão transitar sem a interrupção de semáforos. Os ônibus do BRT irão circular através de duas faixas feitas em concreto e também não terão intervenção de trânsito ou de sinais. 

O acesso às residências e comércios no entorno será realizado através de pistas nas vias marginais. Para os pedestres, uma passarela será construída sobre a Praça Newton Rique, na região do Iguatemi, e a passarela que liga o Hospital Teresa de Lisieux ao Comercial Ramos será substituída por uma nova que atende a critérios de acessibilidade.

A Justiça Federal negou o pedido de suspensão das obras, feito em ação civil pública pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), Ministério Público Federal da Bahia (MPF-BA) e Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-BA). A juíza federal Cíntia de Araújo Lima Lopes afirmou, na decisão, que a Prefeitura de Salvador cumpriu as exigências questionadas pelas entidades nas ações judiciais.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier