Olivia Colman protagoniza filme baseado em sucesso de Elena Ferrante

A Filha Perdida, estreia da Netflix, fala das angústias e expectativas em torno da maternidade

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  • Ana Pereira

Publicado em 1 de janeiro de 2022 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Depois da entrega como a filha zelosa em Meu Pai, a atriz Olivia Colman passa para o outro lado. Agora ela é a mãe no foco de A Filha Perdida, filme que marca a estreia na direção e roteiro da atriz Maggie Gyllenhaal e estreou nesta sexta na Netflix. 

Em comum entre os dois papeis só a angustia e as pequenas dores das relações familiares. Ao invés da velhice, a narrativa se volta para as expectativas e desdobramentos em torno da maternidade e da criação - criadas por nós mesmos e pelos outros. 

O filme é baseado no livro homônimo da escritora italiana Elena Ferrante. Olivia é a inglesa Leda, professora de literatura italiana, 48 anos, que vai sozinha passar férias numa paradisíaca ilha grega. O clima solar à beira-mar contrasta com o tom de mistério meio soturno da história: voyer, Leda passa a observar, sem disfarces, as idas e vindas de uma numerosa e barulhenta família napolitana, com a qual esbarra diariamente. 

Ao mesmo tempo em que examina com certa preguiça a falta de refinamento do grupo, Leda é tomada por lembranças que irão fazê-la reavaliar muitas memórias. No grupo, seu foco é jovem Nina (Dakota Johnson) e sua filha Elena - sempre juntas numa relação que passa pelo amor, cuidado e muito cansaço -  e faz Leda pensar nas expectativas que tinha quando jovem. E sobretudo na relação com as filhas Bianca e Martha - duas jovens na casa dos vinte anos, que vemos nos muitos flashbacks.   Dakota Johnson é Nina, uma jovem mãe vivendo os altos e baixos da maternidade (Foto: Divulgação)   A certa altura ela diz que não é uma mãe natural, seja lá o que isso significa. “O que acho mais bonito nelas é o que desconheço”, resume Leda sobre as filhas. Os personagens também falam muito do tempo, e de como as vezes a gente pode perdê-lo nas coisas desimportantes. Ou melhor, não focando no que realmente devemos.   

“Leda faz algo realmente abominável. E ainda assim nos relacionamos com ela, nós a entendemos. Tivemos experiências, sentimentos, desejos e pensamentos como os dela”, disse a diretora Maggie Gyllenhaal, que estreia com segurança e deixando o expectador sempre meio incomodado, sobretudo pelo olhar quase inquisidor de Lena. 

A Filha Perdida disputou o Leão de Ouro e venceu o prêmio Osella de Melhor Roteiro no Festival Internacional de Cinema de Veneza, em setembro. E já é cotado como um dos fortes concorrentes ao Oscar. Não é um filminho agradável de fim de ano, mas vale cada minuto. 

Música: Encontro de virtuosos na Igreja de São Francisco

Acontecendo em Salvador pela primeira vez, o  Festival Ilumina Bahia faz um convite à música e à contemplação - com concertos gratuitos em diferentes espaços da cidade. Neste domingo, a apresentação será na Igreja de São Francisco, às 17h, no Pelourinho, e reúne o pianista baiano  Ricardo Castro, a violista americana Jennifer Stumm, a violinista holandesa Liza Ferschtman, o violoncelista alemão Julian Steckel, o clarinetista e compositor britânico Mark Simpson, o contrabaixista recifense Pedro Gadelha e o violoncelista bielorusso Ivan Karizna. A programação completa do evento, que segue até dia 7 e é realizado pelo Neojiba, pode ser vista em www.neojiba.org.  O Neojiba é o anfitrião do Festival Ilumina: troca de experiências e concertos gratuitos (Foto: Eduardo Tosta/Divulgação) Livros: O poder dos clássicos e das fábulas

Além da ótima notícia do romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, ter liderado a lista dos livros mais vendidos do ano na Amazon, vale destacar a presença de dois clássicos no top 10: trata-se de 1984 e A Revolução dos Bichos, de George Orwell, respectivamente na quarta e sétima posições. O bom desempenho vem da liberação dos direitos autorais, o que permitiu a diferentes editoras  lançar novas versões, como estas duas juvenis que destacamos, da Editora do Brasil, já na reta final de 2021. Quadrinhos  - A versão em HQ é assinada por Lillo Parra (adaptação) e Chairim Arrais (ilustrações) e é uma ótima maneira de apresentar o clássico ao público mais jovem: a narrativa flui dinâmica, com imagens divertidas para traduzir o clima tenso entre os porcos e os outros animais da fazenda. R$ 56,60 (116 páginas).  Pop -  Nesta versão com ilustrações de Gustavo Piqueira, a trama ganha uma apresentação pop, visando o jovem leitor, foco da Editora do Brasil. Gustavo também assina texto no final sobre as capas do livro ao longo da história, “símbolo de capa com porco”. R$ 57,20 (151 págs).