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A suspeita é que o material apreendido seria usado para forjar flagrantes de pessoas mortas por eles, numa tentativa de caracterizar execuções como autos de resistência
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2017 às 14:26
- Atualizado há um ano
O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju, major Alexandre Frugoni, e outros três policiais da unidade foram presos na quarta-feira (11/11), depois que a Corregedoria da Polícia Militar descobriu, numa varredura na base, armas com numeração raspada, bombas de efeito moral, maconha e cocaína. A informação foi dada hoje (12/11) pela ecretaria de Segurança Pública do Rio de Janiero.
A PM não divulgou o que eles fariam com o material, mas existe a suspeita de que usariam para forjar flagrantes de pessoas mortas por eles, incriminando-as, carcaterizando prováveis execuções em autos de resistências (quando há troca de tiros porque um suposto criminosos não quer se entregar). As investigações são da Corregedoria da PM e da Auditoria Militar e foram abertas para apurar desvio de armas da polícia.
Na operação, foram encontrados no armário do major na UPP uma pistola Glock com a numeração raspada (o que é ilegal), quatro carregadores, nove carregadores de fuzil, bombas de gás, 261 munições de pistola calibre 40, 56 de 9mm e 1110 munições de fuzil.
No armário de um outro policial, não identificado, havia 97 munições de fuzil, 158 pinos de cocaína, 20 tabletes de maconha e uma pistola calibre 380, também com a numeração raspada. No telhado do alojamento da UPP, cães farejaram 67 pinos de cocaína e 11 tabletes de maconha que estavam escondidos.
O material está sendo periciado pelo Centro de Criminalística da PM. Também PM, a mulher do comandante, a major Paula Andresa Frugoni, foi autuada por ter tentando esconder o material dentro de casa.
As equipes da Corregedoria, da Coordenadoria de Inteligência (CI) e do Ministério Público Militar cumpriram 23 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Militar, inclusive nas residências de suspeitos.
O comandante Frugoni vai responder por porte de arma ilegal de uso restrito e os três praças, por posse de drogas e favorecimento. Todos foram conduzidos para a unidade prisional da Polícia Militar, em Niterói.
A UPP do Caju foi inaugurada em 2013 e tem efetivo de cerca de 350 policiais. Sua área abrange doze favelas comunidades da zona portuária do Rio, onde vivem 16 mil pessoas.